Economia

Por aumento de vendas, varejo se prepara para o Dia das Crianças

Na internet, os negócios devem aumentar 20%, enquanto nas lojas tradicionais a alta esperada é de 5%

Nelson Cilo
postado em 09/10/2019 06:00
uma prateleira de brinquedosTradicional data de lojas cheias no comércio em todo o país, a edição 2019 do Dia das Crianças está fazendo a alegria do setor varejista. Pelas projeções da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), as vendas deverão ter crescimento de 4,4% em relação a 2018, alcançando o terceiro ano consecutivo de alta, já descontada a inflação.

A data, a terceira mais importante do calendário do varejo, atrás do Natal e Dia das Mães, deve movimentar R$ 7,8 bilhões em 2019. ;Medidas de estímulo à economia, como a liberação de saques no FGTS e PIS-Pasep, além dos juros básicos em novo piso histórico, tendem a favorecer as datas do varejo nesta segunda metade de ano;, diz Fabio Bentes, economista da CNC.

As expectativas para a internet são ainda mais otimistas. Levantamento do Compre & Confie, empresa de inteligência focada em e-commerce, mostra que as famílias devem movimentar o varejo digital de forma intensa com as compras para o Dia das Crianças. Ao todo, o faturamento gerado deve ser de R$ 2,7 bilhões, aumento de 24,1% em relação ao mesmo período do ano passado.

O estudo considera o período de 28 de setembro a 11 de outubro. ;Cada vez mais pessoas buscam por comodidade na hora de consumir. Além dos preços competitivos muitas vezes encontrados no varejo digital, a vantagem de comprar sem sair de casa tem atraído mais brasileiros para o ambiente digital ;, afirma André Dias, diretor executivo do Compre & Confie. ;A consolidação de varejistas nesse ambiente também contribui para aumentar a confiança do consumidor.;

De acordo com o levantamento focado no varejo digital, devem ser realizados 7 milhões de pedidos durante o Dia das Crianças, aumento de 26% em relação ao mesmo período de 2018. Apesar disso, o tíquete médio das compras deve ser ligeiramente inferior ao do ano passado: R$ 392,70, uma queda de 1,5% .

;A retomada do poder econômico ainda não atingiu plenamente as famílias brasileiras, fator que colabora para a queda no tíquete médio. Ainda assim, pode-se observar que o decréscimo foi relativamente pequeno, se descontados fatores, como a inflação. Ou seja, o consumidor continua disposto a comprar itens semelhantes, com baixa variação no seu valor final;, disse.

No varejo como um todo, segundo a CNC, os itens mais procurados serão brinquedos e eletroeletrônicos, com alta esperada de 8,2%. As peças de vestuário e calçados aparecem na segunda colocação (4,5%), seguidas por produtos adquiridos em hiper e supermercados (3,5%). As livrarias e papelarias, que têm perdido espaço nos últimos anos, deverão faturar menos 4,1% com a data este ano. São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul deverão responder por mais da metade (55%) do total movimentado em 2019.

A recuperação das vendas do varejo representa uma virada para o comércio neste ano. O primeiro semestre de 2019 foi marcado pela dificuldade em acelerar vendas. Para Bentes, da CNC, ;o resgate parcial do nível de atividade no Dia das Crianças é resultado da combinação de inflação baixa, parcelamentos mais longos e disponibilização de recursos extraordinários para o consumo;.

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