postado em 09/10/2019 04:13
A Caixa Econômica Federal reduziu ontem, em um ponto percentual, os juros para financiamento imobiliário pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Com isso, a taxa mínima cobrada passa de 8,5% para 7,5% mais taxa referencial (TR); e a máxima de 9,7%% para 9,5% mais TR. Apesar de aumentar a atratividade da linha de crédito no banco, que é o maior financiador de imóveis do país, a queda foi menos agressiva do que a de outras instituições (veja quadro), que já tinham feito tal movimento. O novo percentual começa a valer a partir da próxima segunda-feira.
Essa é a segunda redução feita pela Caixa este ano. Em junho, houve queda de até 1,25 ponto percentual em operações pelo SBPE. A medida atual atinge as famílias de classe média, que não se enquadram nas faixas do Minha Casa Minha Vida, mas que estão em um nível logo acima. O corte de juros valerá para créditos com saldo devedor atualizado pela TR no Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e no Sistema Financeiro Imobiliário (SFI).
As novas taxas foram possíveis graças ao recuo histórico da taxa básica (Selic), que está em 5,5% ao ano com expectativa de novas quedas até o fim do ano. ;Enquanto cair lá, nós também baixaremos;, afirmou o presidente da Caixa, Pedro Guimarães.
Concorrência
Segundo o professor Pedro Seixas, da Fundação Getulio Vargas, mesmo com as taxas maiores que em outros bancos, a Caixa estimula a concorrência. ;É uma notícia que incentiva o mercado. Quando há concorrência entre atores a tendência é de que se reduza mais ainda. É uma grande oportunidade para as famílias;, afirmou.
Entre os maiores bancos do país, o que oferece as menores taxas é o Bradesco com juros de 7,30% mais TR, seguido do Banco do Brasil, com 7,40% mais TR. O Santander é o menos atrativo, cobrando 7,99% mais TR. De acordo com a instituição financeira, embora tenha a taxa mais elevada, o consumidor deve observar o custo efetivo total do financiamento, depois de todos os cálculos de custos. ;Temos confiança de que somos muitas vezes mais competitivos no custo total final;, afirmou o banco em nota.
Sobre a competição no mercado imobiliário, o Banco do Brasil respondeu que ;avalia permanentemente a composição e as taxas de juros dos seus produtos, no propósito de sempre oferecer a seus clientes as melhores condições para acesso ao crédito;.
Já o presidente da Caixa afirmou que o banco acompanha o mercado e busca sempre as melhores condições para que os brasileiros possam realizar o sonho da casa própria. Sobre operações com o IPCA, o presidente disse que, do ponto de vista matemático, sempre vai ser mais atrativo, mas há ressalvas. ;O que acontece é que há um risco maior, se houver um aumento relevante da inflação. Por causa disso, a Caixa oferece as duas modalidades, para que os brasileiros possam escolher com muita tranquilidade;, disse. A Caixa é o único banco que opera com taxa vinculada à inflação, até o momento.
Segundo Guimarães, a intenção do governo federal é chegar a todos os cantos do país com distribuição igual para todos e não somente para a elite. ;O governo visa favorecer sempre os mais pobres;, enfatizou.
* Estagiária sob supervisão de Rozane Oliveira
- Fique atento
Confira as taxas praticadas no financiamento imobiliário pelos principais bancos do país (em %)
Instituição Taxa mínima Taxa máxima Limite do Financiamento
Caixa 7,50 9,50 até 80% do valor para imóveis novos e 70% do valor para usados
BB 7,40 9,44 até 80% do valor do imóvel para novos e usados
Santander 7,99 11 até 80% do valor do imóvel para novos e usados
Itaú 7,45 * até 82% do valor do imóvel para novos e usados
Bradesco 7,30 * até 80% do valor do imóvel para novos e usados
*Não abrem o valor da máxima, pois depende da negociação com o cliente
Obs: Em todas as linhas há incidência de Taxa Referencial (TR)
Fonte: Caixa, Banco do Brasil, Santander, Itaú e Bradesco