Economia

Brasil sobe um degrau no ranking de competitividade global

País passou da 72ª para 71ª em uma lista de 141 economias pesquisadas pelo WEF. Contudo, continua abaixo da média mundial e é o oitavo país latino-americano melhor colocado

Rosana Hessel
postado em 09/10/2019 12:12
País passou da 72ª para 71ª em uma lista de 141 economias pesquisadas pelo WEF. Contudo, continua abaixo da média mundial e é o oitavo país latino-americano melhor colocadoO Brasil subiu uma posição no Índice de Competitividade Global do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) de 2019, divulgado nesta quarta-feira (09/10), passando da 72; colocação, em 2018, para a 71; colocação, neste ano, em uma lista de 141 países pesquisados pela entidade sediada em Genebra, na Suíça. Essa classificação, apesar de ter melhorado, não agradou a equipe econômica porque o país continua abaixo da média global.

;Não faz sentido o Brasil ficar abaixo de 70 países que são nossos competidores. Temos que olhar isso mesmo e melhorar nossa posição;, criticou o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec) do Ministério da Economia, Carlos da Costa.

Nesse estudo, o país latino-americano melhor colocado é o Chile, que se manteve com a 33; colocação ranking, seguido do México. O Brasil foi o oitavo da região melhor colocado, à frente de Barbados, República Dominicana e Trindade & Tobago, por exemplo.

O ranking das economias mais competitivas do planeta é liderado por Cingapura, seguido por Estados Unidos, Hong Kong e Holanda, conforme os dados do WEF. Esse estudo reflete os dados econômicos de 2018, mas inclui pesquisas de expectativas realizadas nos primeiros três meses de 2019. ;O resultado não impacta o resultado do novo governo;, destacou Costa. Segundo ele, o Brasil registrou avanço em alguns pilares do levantamento, como infraestrutura, dinamismo de negócios. Contudo, no caso da infraestrutura, ele reconheceu esse dado apontou sensível melhora, em grande uma parte, por conta das expectativas que constam na pesquisa do que nos dados efetivos. O secretário reconheceu que o país ainda precisa melhorar a produtividade e competitividade. ;Houve piora nos pilares de competição doméstica e abertura comercial, devido ao efeito distorcivo das taxas. Pioramos em dominância dos mercados entre os atores líderes;, lamentou.

Apesar de a economia andar a passos lentos em meio aos ajustes fiscais do novo governo que estão ocorrendo em ritmo mais lento do que o esperado pelo mercado, o secretário demonstrou otimismo em melhorar a classificação do país até 2022. A meta de Costa é conseguir ficar entre as 50 economias mais competitivas do planeta, no máximo até 2023, quando será divulgado pelo WEF referente ao ano anterior. ;Vamos chegar à 50; até 2022 nos dois principais ranking de competitividade, do WEF, e do Doing Business, do Banco Mundial. Essa meta é ousada, mas factível;, garantiu.

;O que acontece no Brasil não é uma recessão cíclica. O que vivemos, nós herdamos. Foi a falência de um modelo que se esgotou e fracassou, mas levou a esse movimento trágico que recebemos;, afirmou. ;O Brasil está entrando em uma nova trajetória de crescimento econômico, que não será viabilizado mais com o gasto público;, completou.

Para Costa, o crescimento econômico virá de um ajuste público e do aumento da produtividade. ;Temos potencial de crescer mais de 4% se conseguirmos melhorar a nossa competitividade;, garantiu.


Medidas remodeladas

O secretário destacou como uma das medidas para melhorar essa posição a ampliação da capacitação de trabalhadores, item em que o país perdeu posições na média, passando de 94; para 96; lugar.

Ao lado do secretário de Políticas Públicas para o Emprego da Sepec, Fernando Holanda, citou iniciativas existentes que a pasta está remodelando para mudar esse quadro, adequando a oferta de qualificação ao que o mercado realmente demanda.

Uma delas, anunciada em março de 2018 pelo governo Michel Temer, é a SuperTec, plataforma que permite o mapeamento integrado de demandas do setor produtivo por cursos, que pode ser de qualificação profissional. Essa plataforma está sendo reformulada junto a estados e municípios e ela será implementada em parceria com o Sistema S. A segunda medida em reformulação é a do voucher, uma espécie de crédito de horas contratadas para empresas utilizarem na capacitação de pessoal, junto ao Sistema S.

Projeto piloto

De acordo com Holanda, no próximo dia 24, o governo lançará edital para o projeto piloto do Contrato de Impacto Social, que deverá ser implementado no próximo ano. O objetivo dessa terceira medida que faz parte da estratégia da Sepec é selecionar, ainda neste ano, empresas com mais de três anos em capacitação interessadas em participar do projeto treinar para 800 pessoas dentro de um universo de 2.000 selecionadas. O recebimento, no entanto, só ocorrerá se o resultado desse treinamento for bem sucedido. Isso significa que a remuneração do vencedor ocorrerá se, após três meses de conclusão do curso, a taxa de empregabilidade do grupo treinado for maior do que os que não foram treinados.


>>Veja as principais economias classificadas no ranking do WEF:


Índice de Competitividade Global


Posição Economia Nota


1 Cingapura 84,8

2 Estados Unidos 83,7

3 Hong Kong 83,1

4 Holanda 82,4

5 Suíça 82,3

6 Japão 82,3

33 Chile 70,5

48 México 64,9

54 Uruguai 63,5

57 Colômbia 62,7

62 Costa Rica 62,0

65 Peru 61,7

66 Panamá 61,6

71 Brasil 60,9



Fonte: WEF

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