Agência Estado
postado em 10/10/2019 14:10
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira, 10, que o governo não está satisfeito com o atual ritmo de privatizações. "Precisamos acelerar o ritmo das privatizações, já que alcançamos rapidamente a meta inicial de R$ 80 milhões em privatização", afirmou durante o Fórum de Investimentos Brasil 2019.
O evento, realizado em São Paulo, é organizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos.
Guedes já havia observado anteriormente que governo vai por um lado estancar a máquina pública e por outro criar um bom ambiente de negócios.
O ministro disse também que o governo precisa desindexar e desvincular a economia. "Para depois descentralizar. Essa é essência do pacto federativo", apontou Guedes, sendo aplaudido pela plateia.
O ministro também comentou sobre a aprovação da cessão onerosa, afirmando que com a medida o Brasil destrava uma nova fronteira para investimentos em energia e gás. "A Petrobras tem de cumprir a sua essência que é mergulhar e pegar o petróleo."
Segundo o ministro, estão avançando estudos com alternativas para energia e o grande salto será na elétrica.
Pacto federativo
O pacto federativo será o próximo esforço do governo após a aprovação da reforma da Previdência, segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes. "A classe política já percebeu a importância do pacto federativo. Precisamos pegar recursos, como os da exploração de petróleo, e distribuir para federação, jogando para a base transformar em capital humano", afirmou, durante o Fórum de Investimentos Brasil 2019.
Para ele, o pacto federativo será crucial para a descentralização dos recursos. "Não adianta pedir dinheiro subsidiado ao BNDES, porque o dinheiro estará na base", afirmou.
Guedes defendeu o investimento pelas federações em capital humano, por meio de investimentos na saúde e educação. "O País pode não ter petróleo no futuro, mas terá formação."
Eixos do BNDES
O ministro da Economia disse que a agenda do governo prevê a redução da alavancagem dos bancos públicos e a venda de participações acionárias dos bancos em empresas privadas. "Por que banco público tem que ficar com carteira de ações? Tem é que vender isso e devolver o que está devendo para o Brasil", defendeu.
Se essas vendas de ações forem realizadas, só o BNDES poderia realocar R$ 50 bilhões, pelos cálculos do ministro. Ele ainda enfatizou que daqui em diante os eixos do BNDES serão saneamento, concessões, privatizações e a reestruturação financeira de Estados e municípios.
Guedes apontou que um novo Brasil está surgindo e que a nova política está funcionando, e citou como exemplo o andamento da reforma da Previdência no Congresso e a aprovação nesta semana do projeto de lei da cessão onerosa.
Na sua visão, o Congresso está assumindo a responsabilidade de ajudar a controlar o orçamento público. O ministro ainda atribuiu o avanço do seu programa à postura liberal democrata.