Economia

FMI eleva previsão de PIB do Brasil para 0,9% em 2019 e reduz para 2,0% em 2020

Agência Estado
postado em 15/10/2019 12:44
O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2019, de 0,8% estimado em julho para 0,9% agora, informou o órgão. Para 2020, no entanto, a previsão de crescimento passou de 2,4% para 2,0%. Os dados constam no relatório 'Desaceleração global da manufatura, barreiras comerciais em elevação', divulgado nesta terça-feira, 15, pelo Fundo. De acordo com o FMI, os crescimentos do Brasil e de outros países emergentes ao redor de 1% neste ano estão relacionado a fatores externos, como a desaceleração da China, que ocorre na esteira da adoção de medidas regulatórias do setor financeiro pelo governo de Pequim e de disputas comerciais com os EUA. O FMI apontou que "fatores idiossincráticos" também foram negativos para o crescimento do Brasil no começo deste ano, mas não detalhou quais eram. Em abril, o FMI estimava expansão de 2,1% este ano, mas houve uma forte revisão para baixo - ainda em julho - por causa da queda de produção mineral depois da tragédia de Brumadinho (MG). Para 2020, no quarto mês do ano, era esperada expansão de 2,5%. Para 2024, último ano do horizonte de projeções do FMI, a estimativa para o PIB brasileiro é de 2,3%. Cenário O FMI destacou que as projeções refletem a previsão de política monetária acomodatícia do Banco Central, que ocorre em um contexto de inflação sob controle. O Fundo prevê que o IPCA fechará este ano com alta de 3,8% que chegará a 3,5% ao final de 2020 e também registrará uma 3,5% em 2024. Já a taxa de desemprego deve encerrar 2019 em 11,8% e terminar 2020 em 10,8%. Em relação às transações correntes, o Fundo prevê que o indicador deve atingir déficit de 1,2% como proporção do PIB neste ano, deve baixar para 1,0% em 2020 e deve chegar a 1,6% em 2024. Reformas O FMI ressaltou que a reforma da Previdência é "um passo essencial para assegurar a viabilidade" do sistema nacional de pensões para aposentados e da dívida pública. O Fundo destacou que os spreads de ativos financeiros diminuíram no País com "otimismo de que a tão aguardada reforma da Previdência" seria aprovada pelo Congresso. "Consolidação fiscal adicional será necessária para cumprir o teto constitucional de gastos nos próximos anos", destacou o texto. O Fundo também apontou que a política monetária no Brasil "deve continuar acomodatícia para apoiar o crescimento econômico" dado que as expectativas de inflação continuam ancoradas. "Para elevar o potencial de crescimento, o governo precisará buscar uma ambiciosa agenda de reformas, incluindo a tributária, abertura comercial e investimentos em infraestrutura", acrescentou. O FMI expressou que suas projeções fiscais para 2019 relacionadas ao Brasil consideram a meta de déficit primário aprovada pela lei orçamentária.

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