postado em 16/10/2019 04:15
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), terminou mais uma sessão em alta repercutindo o otimismo das bolsas americanas diante do acordo comercial com a China. Na máxima do dia, o índice chegou a bater os 105.047 pontos, finalizando com ganho de 0,18% a 104.489 pontos. No âmbito doméstico, o ânimo dos investidores foi dado pela aprovação da cessão onerosa no Senado, que define a repartição entre estados e municípios de parte dos recursos do leilão de petróleo do pré-sal, que será realizado em 6 de novembro.
O analista da Ativa Investimentos, Ilan Arbetman, define o bom humor dos investidores com a junção dos cenários favoráveis. ;Não tivemos nenhum evento factual, foram acontecimentos esperados desde o início do ano, que estavam travados, e começam a dar sinais que podem ser resolvidos. Principalmente o andamento da cessão onerosa, que, se não fosse resolvida, resultaria em mais problemas no trâmite da reforma da Previdência;, ressalta.
;A cessão onerosa acabou estimulando bastante as ações da Petrobras e só não houve um desempenho melhor, porque amanhã temos o vencimento de opções sobre o Ibovespa e os investidores ficam mais cautelosos nesses períodos de prévia;, destacou o analista da Austin Rating, Alex Agostini.
Ainda no cenário interno, investidores acompanham receosos as investigações da Polícia Federal sobre o presidente do PSL, Luciano Bivar (PE). A Polícia Federal cumpriu ontem mandado de busca e apreensão na casa do deputado, que é investigado por desvio de dinheiro de candidaturas laranjas de mulheres pelo partido nas últimas eleições. O esquema deu início à crise e ao desgaste entre Bivar e o presidente Jair Bolsonaro, que ameaça deixar o partido.
Câmbio
Já o dólar comercial acumulou alta de 0,89%, cotado a R$ 4,165. Segundo Agostini, a alta foi puxada pela perda da atratividade do carry trade no Brasil, com as projeções de queda na taxa Selic. ;Com a taxa de juros no Brasil ficando menor, a diferença de juros para os Estados Unidos fica muito pequena, dado que aqui ainda temos o risco elevado considerando ambiente político. A expectativa de juros menores é somada ainda a preocupações contra a queda de braço da guerra comercial. Também tem havido uma demanda maior por dólar, o pessoal tem saído do país e retirando dinheiro, essa redução do que chamamos de atratividade;, avalia.
* Estagiária sob supervisão de Rozane Oliveira