Economia

Problemas na América Latina

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 16/10/2019 04:15

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu novamente as previsões de crescimento para a América Latina. O organismo multilateral diminuiu de 0,6% para 0,2% a estimativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) da região neste ano. Para 2020, as perspectivas passaram de 2,3% para 1,8%. Segundo o relatório, esse novo corte é resultado da desaceleração no Brasil e no México, as duas maiores economias latino-americanas, e do aprofundamento na recessão de Argentina e da Venezuela.

;Na América Latina, a atividade desacelerou significativamente no começo do ano nas grandes economias, devido principalmente a fatores idiossincráticos;, informou o Fundo. ;A considerável revisão em baixa para 2019 reflete um corte para o Brasil, onde o fornecimento de minério prejudicou a atividade, e para o México, onde a investimento continua sendo fraco e o consumo privado desacelerou;, acrescentou.

Para o Brasil, o Fundo recomendou a manutenção da política monetária, na qual a taxa de juros básica (Selic), atualmente, em 5,5%, está no menor patamar da história. Além disso, reforçou a necessidade de aprovação da reforma da Previdência para a manutenção das projeções. ;Será necessária uma maior consolidação fiscal para cumprir o limite de gasto estabelecido pela Constituição nos próximos anos;, destacou o relatório.

O FMI apontou um cenário de incertezas para o México e reduziu de 0,9% para 0,4% a previsão de crescimento neste ano. Pelas projeções do Fundo, o PIB da Argentina continuará negativo em 2020, aumentando o período de recessão no principal destino de produtos manufaturados do Brasil, principalmente, automóveis. A inflação no país vizinho está elevada, em 54,4%, neste ano, e em 51%, no ano que vem.

O Fundo informou que está complicado dialogar com as autoridades da Venezuela e, por conta disso, projeta a continuidade do colapso financeiro no país governado por Nicolás Maduro. Pelas projeções do relatório, o PIB venezuelano deverá encolher 35%, neste ano, com inflação chegando a 200.000%. Para 2020, o recuo será de 10%, com carestia na casa de 500.000%. (RH)

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