Gabriel Pinheiro*
postado em 20/10/2019 06:00
[FOTO1]Com a proximidade do fim do ano, das festas e das férias escolares, começou a corrida para fechar a próxima viagem. Num momento inicial, tudo são alegrias e planos, mas e os riscos? E a segurança dos contratos de prestação de serviços e de pacotes de turismo? Na hora da excitação, diante do agente de viagem, são questões que habitualmente ficam para baixo na lista de preocupações. As operadoras se propõem a oferecer o melhor serviço, com a maior cobertura, porém, ainda assim, problemas acontecem. E é preciso estar preparado para eles.
O presidente do Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo (Ibedec), Geraldo Tardim, afirma que riscos sempre existem, pois não se sabe ao certo a situação financeira das empresas ; o caso mais recente foi a decretação de falência da megaoperadora inglesa Thomas Cook, que semanas atrás surpreendeu seus aproximadamente 600 mil clientes, deixando-os sem condições de sequer pegarem o voo de volta para casa. Para Tardim, o consumidor sempre deve ficar atento às medidas de prevenção de prejuízo quando planejar viajar.
;O Código de Defesa do Consumidor é pautado pela transparência, mas, às vezes, as empresas não cumprem esse princípio, deixando o cliente na mão. É preciso ter atenção redobrada;, sugere.
Ele chama atenção para o fato de que muitos consumidores, quando decidem a viagem, se deixam seduzir pelos preços baixos e pelas promoções que encontram na internet. Ou seja, vale a regra de desconfiar que o barato sai sempre caro.
;Se em alta temporada eu pesquisar um destino muito visitado e aparecer um preço extremamente baixo, algo pode estar errado. A segurança tem que vir antes do preço e do parcelamento nesse tipo de compra;.
Magda Massar, presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav), ressalta que os pacotes ainda são a melhor opção pela segurança que proporcionam. ;O cliente vai ter um profissional que pode ajudar no processo. A boa consultoria de um agente de viagens é fundamental para evitar a compra de algum produto de uma empresa problemática;.
Magda salienta que viagens por conta própria trazem riscos, sobretudo pela desinformação ; os mais comuns são a compra de bilhetes de companhias aéreas em situação falimentar, reserva de hotéis que já fecharam as portas e ingressos falsificados de passeios e de atrações locais.
;Temos grandes operadoras no Brasil, mas acho que a possibilidade de uma empresa do setor ir à falência jamais pode ser afastada. Um exemplo é o da Avianca, que estava em pleno crescimento e encerrou as atividades. Pode acontecer, mas no Brasil a gente não vê hoje nenhuma situação parecida;, disse Magda.
Pesquisa de reputação
Ela aconselha sempre levantar o histórico da empresa em sites de reclamações, melhor opção para saber o que outros consumidores pensam. ;É preciso ter cuidado com uma empresa que apresente um número muito alto de reclamações não atendidas. É claramente um mau sinal;, alerta, acrescentando que pacotes de viagens têm seguro e regulamentos que cobrem prejuízos e protegem o consumidor.
E quem não vai a passeio, mas para estudar? Julio Ronchetti, criador da Eduexpo, principal feira de intercâmbio cultural do país, afirma que é preciso checar as opções disponíveis, procurar agências ou manter contato direto com a instituição de destino do aluno.
;Existem grupos de agências associadas de intercâmbio que, na eventual quebra de uma agência, podem agir para remediar o problema para que o cliente não fique na mão;.
* Estagiário sob supervisão de Fabio Grecchi
Fique de olho!
Recomendações para quem pretende viajar
; Tenha em mãos todas as informações sobre a viagem. Imprima passo a passo a compra do pacote, com o hotel escolhido, preços e características de voos e hospedagem, além de passeios contratados, se houver.
; Não se iluda com promessas de ofertas.
Desconfie de preços e promoções fora do padrão, em altas temporadas.
; Apesar do planejamento, compre as passagens em um período mais próximo da data de viagem, e assim tenha a certeza de que o voo acontecerá como e quando previsto.
; Cheque se a empresa com a qual você está negociando pacote é registrada no Ministério do Turismo e busque pelo CNPJ dela.
; Desconfie e verifique promoções recebidas por aplicativos móveis como o Instagram ou o WhatsApp.
; Saiba que no Código de Defesa do Consumidor qualquer anúncio é considerado uma cláusula contratual que deve ser cumprida.
; Converse com amigos e familiares que já compraram os serviços da empresa que pretende contratar.
; Leia as cláusulas de rescisão de contrato e de multa para saber se você se enquadra na situação.
; Caso tenha algum problema com alguma empresa, tente uma solução extrajudicial. Caso não consiga resolver, procure o Juizado de Pequenas Causas.
; Use os serviços do Procon e de sites da internet de reclamações para saber sobre eventuais problemas que possam acontecer.
Fonte: Geraldo Tardim, presidente do Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Cnsumo (Ibedec)