Agência Estado
postado em 21/10/2019 18:12
O apetite por risco no cenário internacional e a perspectiva positiva para a economia brasileira deram fôlego ao Índice Bovespa no período da tarde e o indicador voltou a renovar seu recorde histórico de fechamento. Segundo analistas ouvidos pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, a cautela com os fortes ruídos políticos ficou em segundo plano em um ambiente de apostas na retomada do ciclo econômico doméstico - a semana que será marcada pela divulgação de resultados trimestrais de peso, como os da Vale e da Petrobras.
Depois de uma manhã morna, com oscilações contidas em meio ao vencimento do mercado de opções, o Ibovespa acelerou os ganhos na segunda etapa dos negócios e fechou aos 106.022,28 pontos, com ganho de 1,23%. O recorde anterior havia sido registrado em 10 de julho (105.817 pontos no fechamento). Os negócios somaram R$ 18,8 bilhões, incluindo os R$ 5,988 bilhões movimentados no exercício de opções.
Para Glauco Legat, analista da Necton Investimentos, a segunda-feira não chegou a apresentar noticiário de relevo, mas um conjunto de fatores alimenta a expectativa de que as ações serão a classe de ativos com melhores chances de retorno para o investidor em 2020.
"Em um ambiente negativo para a América Latina, o Brasil tem se mostrado um mercado resiliente. O investidor local já comprou bolsa e falta o ingresso do estrangeiro, mas foi um sinal bastante positivo para o mercado a notícia de que o EWZ (principal ETF brasileiro) teve um ingresso de US$ 126 milhões em uma semana, a maior entrada em oito meses", disse Legat.
O profissional lista uma série de fatores que vêm animando o investidor além das reformas estruturais, como a cessão onerosa, os leilões de energia e os movimentos para o novo marco do saneamento, entre outros. Tudo isso ocorrendo em um período de ciclo de queda de juros. Nesta tarde, a Caixa Econômica Federal informou que antecipará para 2019 os pagamentos a todos os trabalhadores do saque imediato do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Com a mudança anunciada nesta segunda, R$ 40 bilhões que seriam liberados até 2020 serão injetados já em 2019.
"Há um esforço do governo no sentido de implementar medidas no lado micro. Várias delas não terão efeito imediato na economia, mas apontam para o lado positivo. O cenário político preocupa, pois mostra uma briga muito forte, mas não está fazendo preço", afirma o profissional.