Economia

Mais da metade da malha rodoviária do país está com problemas, diz CNT

Levantamento da CNT aponta que apenas 41% da malha são considerados ótimo ou bom

Catarina Loiola*
postado em 22/10/2019 13:55
[FOTO1]Mais de 50% da malha rodoviária pavimentada de todo o país apresentam algum tipo de problema, sendo considerados regular, ruim ou péssimo. Apenas 41% da malha são considerados ótimos ou bons. O Amazonas é o estado em que 100% das estradas avaliadas apresentam algum tipo de deficiência no pavimento, na sinalização ou na geometria da via.

Os dados são da 23; Pesquisa CNT de Rodovias, realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgada nesta terça(22/10). O levantamento, que avalia toda a malha federal pavimentada e os principais trechos estaduais, analisou 108.863 quilômetros no Brasil este ano.

Em relação aos pontos críticos das estradas, o número aumentou em 75,6 pontos percentuais em relação ao estudo anterior. Em 2018, eram 454 pontos e, este ano, são 797. A pesquisa identificou que, no Brasil, há 130 erosões na pista, 26 quedas de barreira, duas pontes caídas e 639 trechos com buracos grandes. Maranhão, Ceará e Rio Grande do Sul concentram 49,8% do total de todo o país.

;Não temos boas notícias. Houve uma piora em relação a 2018. Até mesmo as rodovias técnicas tiveram piora. O caminho continua sendo a concessão para um governo descapitalizado;, avalia o presidente da CNT, Vander Costa. ;Em 2020 teremos o menor investimento em 16 anos. O máximo que será possível é uma manutenção no que já temos. Diante disso, não tem outra alternativa a não ser acelerar a privatização;, destaca.

As condições do pavimento geram aumento de custo operacional do transporte de 28,5%, que tendem a refletir os valores na competitividade do Brasil e no preço dos produtos.

De acordo com a pesquisa, para recuperar as rodovias são necessários R$ 38,60 bilhões, com ações emergenciais, de manutenção e de reconstrução. O Governo Federal autorizou utilizar em infraestrutura rodoviária, este ano, R$ 6,20 bilhões. Até setembro, as estradas receberam R$ 4,78 bilhões, o que representa 77,1% do valor total.

A má qualidade do pavimento das rodovias brasileiras vão gerar o consumo estimado de 931,8 milhões de litros de diesel, valor desperdiçado que custará R$ 3,30 bilhões aos transportadores. No Distrito Federal, o valor do consumo desnecessário é estimado em 3,6 milhões de litros de diesel, resultando no custo de R$ 12,6 milhões.

Em 2018, acidentes de trânsito geraram o prejuízo de R$ 9,73 bilhões. Apenas na capital do país, o prejuízo gerado pelos acidentes foi de R$ 112,3 milhões em 2018. No mesmo período, o governo gastou R$ 7,48 bilhões com obras de infraestrutura rodoviária de transporte.

Os três estados que mais tiveram gastos com acidentes em 2018 foram Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná. No estado mineiro o prejuízo chega a R$ 1,26 bilhão, enquanto em Santa Catarina alcança R$ 1,05 bilhão e, no Paraná, R$ 1,04 bilhão.

Alagoas e São Paulo são as unidades da Federação com as melhores avaliações do estado geral, pavimento e sinalização. No estado alagoano, 86,4% da extensão pesquisada são considerados ótimos ou bons. Em São Paulo a situação é semelhante, com 81,8% das rodovias em boas ou ótimas condições.

Distrito Federal

As rodovias do DF, mais de 470 quilômetros, possuem 44,8% da malha rodoviária pavimentada com algum tipo de problema, sendo considerada regular, ruim ou péssima. A malha considerada ótima ou boa é de mais de 55 pontos percentuais. Não foi identificado nenhum ponto crítico na capital.

As condições do pavimento geram aumento de custo operacional do transporte de 28,2%. A recuperação é viável a partir de investimento de R$ 297,60 milhões, em ações emergenciais, de manutenção e de reconstrução. Em 2019, o Governo Federal investiu em infraestrutura rodoviária R$ 5,88 milhões até setembro, logo, 72,8% do valor total, que foi R$ 8,09 milhões.

*Estagiária sob a supervisão de Vinicius Nader

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