Agência Estado
postado em 23/10/2019 17:56
A aprovação da reforma da Previdência no Senado, sem desidratação adicional ao texto que passou pela Câmara, reforçou o movimento de desinclinação da curva de juros visto pela manhã desta quarta-feira, com as taxas longas acelerando a queda e renovando mínimas, junto com o dólar que passou a ser negociado na casa dos R$ 4,03, até abaixo disso nas mínimas. Em boa medida o resultado já estava precificado, mas, de todo modo, o mercado vê a conclusão do processo como um divisor de águas a partir do qual a pauta econômica deve destravar e gerar crescimento para o País, atraindo fluxo.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 fechou com taxa de 4,50%, na mínima, de 4,537% terça no ajuste. O DI para janeiro de 2023 fechou com taxa de 5,46%, de 5,520% e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 6,201% para 6,13%.
Após aprovar na terça o texto principal por 60 a 19, nesta quinta o plenário analisou os destaques à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e concluiu a votação no começo da tarde. Destaques que ameaçavam reduzir a potência fiscal foram retirados e, com isso, foi mantida a perspectiva de economia de R$ 800,3 bilhões em dez anos.
"Tinha muita gente esperando concretizar a reforma da Previdência para trazer fluxo e agora esta 'novela mexicana' chegou ao fim", observou o estrategista de Mercados da Harrison Investimentos, Renan Sujii, acrescentando que agora as atenções se voltam para quais serão os focos do governo e a vontade do Congresso, "que está pautando muito mais do que o Executivo".
A maior expectativa gira em torno das medidas para fomentar o crescimento. "Esperamos que as autoridades continuem avançando com a agenda de reformas estruturais à medida que buscam melhorar o crescimento sustentado nos próximos anos, encorajando investimentos do setor privado em infraestrutura e a simplificação o regime tributário", afirmou a vice-presidente da Moody's e analista sênior para o Brasil, Samar Maziad, em nota para comentar a aprovação da Previdência.
À tarde, o dólar acelerou o ritmo de queda para a casa dos R$ 4,03, carregando junto as taxas, em especial as longas para as mínimas. A moeda fechou o dia em R$ 4,0328 (-1,05%), menor nível desde 21 de agosto. Com isso, houve reforço no movimento de redução de inclinação da curva visto já pela manhã.