Economia

Governo avalia prós e contras do convite para se juntar à Opep

Presidente afirma que recebeu convite da Arábia Saudita para participar da Organização dos Países Exportadores de Petróleo

Rodolfo Costa
postado em 01/11/2019 16:21
[FOTO1]O convite da Arábia Saudita para o Brasil entrar na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) será discutido entre o presidente Jair Bolsonaro e o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, na próxima semana. O aceno foi feito na visita do chefe do Executivo federal ao país, após reuniões com autoridades sauditas, incluindo o príncipe herdeiro Mohammed Bin Salman. No entanto, ;prós e contras; elencados pelo governo impediram a aceitação imediata.

A primeira consulta de Bolsonaro a Bento foi feita ainda na Arábia Saudita. Nesta sexta-feira (1;/11), na saída do Palácio da Alvorada, ele comentou ter telefonado ao ministro ainda na visita ao país árabe. ;Tive convite, por parte da região lá do Oriente Médio, para entrarmos na Opep. Conversei rapidamente com o ministro Bento, das Minas e Energia, e ele falou: ;presidente, tem prós e contras, não podemos decidir de uma hora para outra;. Então, devemos conversar semana que vem;, disse.

O presidente fez uma analogia do convite com um pedido de namoro. ;É um convite apenas, igual um namoro, né. ;Quer namorar comigo, não quer?; Parte para outra ou fica mandando rosa, que é o que fazemos aí para conseguir nossa felicidade. Então, estamos trabalhando nessa linha aí;, comentou.

A declaração foi feita em um contexto em que ele comentava sobre o leilão do pré-sal, sancionado pelo vice-presidente Hamilton Mourão enquanto se encontrava na Ásia. ;Alguns falam que eu não deveria vender (o pré-sal). Não adianta você ter petróleo abaixo da terra e não ter recursos, porque arrebentaram com a Petrobras, para explorar. Então, você tem que abrir para outros países, logicamente, com acordo bem feito;, justificou.

Convite à parte para a Opep, Bolsonaro reforçou que o Brasil tem interesse em manter um bom relacionamento comercial com a Arábia Saudita. ;Você pode ver, o príncipe herdeiro da Arábia Saudita (Bin Salman) investiu US$ 200 bilhões no mundo, US$ 0 na América do Sul. Por quê? Não vou perguntar a ele. (É) falta de credibilidade. E ele, agora, no primeiro dia que cheguei lá, o quinto país que visitei, disse que não voltaria ao Brasil com mãos abanando, e, no dia seguinte, fechou compromisso de US$ 10 bilhões para investir no Brasil. Perguntou para mim até ;onde você quer investir?;;, declarou.

Ao príncipe, Bolsonaro deixou claro que ainda conversaria com seus ministros e ;ouvir a sociedade; e analisar o custo benefício. ;Mas gostaria de, em grande parte disso, ver isso investido em ferrovias, para mudar nosso modal de transporte, né. Pretendemos, quem sabe, fazer a saída pelo Pacífico, partindo do Acre, e essa é uma ideia inicial;, explicou.

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