Economia

Indústria tem 2ª taxa positiva

Correio Braziliense
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postado em 02/11/2019 04:05
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Apesar de alta de 0,3% na produção industrial do país em setembro, a atividade, que acumula queda de 1,4% no ano e em 12 meses, segue ritmo lento de recuperação. O avanço foi a segunda taxa positiva consecutiva do índice. Em dois meses, o indicador acumula alta de 1,5%.

Já a comparação com o mesmo o mesmo mês do ano passado mostra um avanço de 1,1%, de acordo com os dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A média móvel trimestral, encerrada em setembro, registrou crescimento de 0,4%.

Na avaliação do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), a indústria brasileira completou, em setembro de 2019, um ano de declínio de produção. Segundo análise do instituto, quando não há queda dos indicadores, o crescimento é baixo.

;Muito disso se deve aos problemas no ramo extrativo, mas este não é o único fator negativo em ação. De acordo com o Iedi, muitos dos segmentos industriais que seguem crescendo perderam dinamismo ao longo do ano. É neste sentido que 2019 contribui pouco ou nada para a recuperação industrial;, afirma no texto.

Marcelo Azevedo, economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI), concorda que apesar de caminhar, a atividade industrial segue em passos lentos. ;Com os resultados positivos, a gente percebe uma recuperação, mas realmente é devagar e, principalmente, não é contínua. Com as interrupções no movimento, a gente não descola do ano passado. Todos os ciclos trimestrais são negativos ou de crescimento pequeno em relação ao ano passado, que foi um ano de baixa atividade;, explicou.

Segundo o IBGE, das quatro categorias econômicas, apenas uma mostrou recuo. Entre as 26 atividades pesquisadas, 11 apresentaram maior produção em relação ao mês anterior. O destaque ficou com a indústria de veículos automotores, reboques e carrocerias, que avançou 4,3% ante a queda de 2,4% do mês anterior.

No grupo que registrou queda, o pior resultado ficou com a atividade de impressão e reprodução de gravações, com recuo de 28,6%. Em segundo lugar estão os produtos de fumo, que caíram 7,7%. Ao lado dos impactos negativos do desastre de Brumadinho sobre o ramo extrativo, o Iedi aponta outros fatores que atrapalham a continuidade da recuperação industrial no país. São eles: a manutenção do elevado nível de desemprego e do perfil das novas ocupações que têm sido criadas, basicamente informais e de baixo rendimento; o baixo crescimento da massa de rendimentos reais, que funciona como base do consumo das famílias.


  • Alívio parcial
    Indústria tem ligeira recuperação em setembro

    Categorias econômicas Variação*
    Bens de consumo
    duráveis 2,3%
    Bens intermediários 0,2%
    Bens de consumo
    semi e não duráveis 0,5%
    Bens de capital -0,5%

    *Em relação ao mês anterior
    Fonte: IBGE

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