Economia

Indústria está otimista com o pacote econômico de Guedes

Empresários afirmam que a proposta alavancará a economia e proporcionará uma maior geração de empregos. Entretanto, segundo o presidente da CNI, é preciso observar com atenção os pontos propostos no novo pacote econômico

Cristiane Noberto*
postado em 05/11/2019 20:59
[FOTO1]A indústria vê com bons olhos o pacote econômico proposto pelo executivo federal, entregue hoje ao legislativo, no sentido de equilíbrio fiscal e desburocratização dos investimentos nos estados. Após o encontro da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), realizado nesta terça-feira (5/11), na sede da CNI em Brasília, Robson Braga de Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria, ainda destacou ser preciso observar todos os pontos da proposta com atenção. Empresários também acreditam que a medida irá fomentar a geração de empregos para os jovens.

;Agora, é claro que você precisa conhecer em profundidade os detalhes dessas propostas, porque o que conhecemos está no campo das ideias, mas o mercado e os empresários estão avaliando muito objetivamente;, afirmou Andrade.

Segundo ele, o mais importante é saber quais serão os impactos, já que, aparentemente toda a situação é muito agradável com uma boa perspectiva para o futuro. ;Mas agora tem que olhar cada setor, qual o impacto que vai trazer na contratação de mão de obra, na melhoria da burocracia para pagamento de impostos, na questão do equilíbrio fiscal dos estados. Quer dizer, é preciso fazer uma análise mais completa;, afirmou.

O diretor de relações governamentais da Positivo, José Goutier Rodrigues, que também estava no encontro, ressaltou o otimismo do setor e, segundo ele é super bem-vindo a abertura comercial e a queda do custo tributário que a proposta oferece. Estamos aplaudindo 100%. Você não vai encontrar um empresário dizendo que não quer (a proposta) ou ;o meu setor está bem do jeito que está;. Não há um discurso honesto se ele disser isso. Essa liberalidade econômica e as questões tributárias que envolvem toda a cadeia produtiva, por exemplo, são bem-vindas e somos totalmente favoráveis", afirmou.

Entre as medidas que estão prontas para serem divulgadas, há a proposta de baratear o emprego de jovens. Para Rodrigues, sendo aprovada, será possível abrir mais portas para pessoas a partir dos 18 anos, resgatando a geração que nem estuda e nem trabalha. "Essa é a beleza da coisa: no momento em que você facilita para o empresário inovar e crescer ele vai suprir essa carência do mercado, além de reforçar o estudo básico e o ensino profissionalizante", reforçou.

Henrique Paiva, diretor de relações governamentais da Siemens, também ressaltou: "a gente vê a importância dessa proposta de focar nos jovens exatamente porque são a maior parte dos desempregados brasileiros, nessa faixa etária de 18 a 25 anos, por quê são pessoas que ainda não têm uma formação de terceiro nível. Ou seja eles não tão tão preparados pra entrar numa numa empresa e você tendo idade pra contratação deles sem dúvida nenhuma você incentiva que as empresas não só façam uso dessa flexibilidade para apoiar suas atividades operacionais mas também, sem dúvida nenhuma, causar um impacto maior na sociedade em uma faixa etária que hoje fica descoberta no sentido de ter muitos problemas sociais. Enfim, acho que pelo menos por parte da gente, existe uma visão com bons olhos para o que está vindo".
No legislativo, será dado início às tratativas para aprovação. Para o senador Izalci Lucas (PSDB-DF), será um momento de esmiuçar cada um dos pontos e o principal deles, para a indústria, é o fundo setorial. "São quase 200 fundos que precisam de uma proposta para unificação. Porém, precisamos ver com cuidado, pois há fundos que não podem ser misturados. A gente tem que ter muito cuidado, tem muita coisa boa, mas ainda precisa fazer o debate", afirmou.

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