Anna Russi
postado em 06/11/2019 11:50
[FOTO1]O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (6/11) que considerar como inegociável algum ponto de textos enviados ao Congresso seria uma ;arrogância tola;. ;O ministro da Fazenda ou da Economia que disser que tem algum ponto inegociável não está preparado para o exercício em uma democracia. O Congresso é soberano. O presidente da república é um poder constituído. O Supremo é outro poder, já o ministro não tem voto é um servidor público temporário;, disse após encontro com senadores na residência oficial do presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre. Guedes destacou que a equipe sabe quais são os pontos críticos e mais importantes, que precisam ter maior foco e atenção. ;Esses pontos são justamente o que estamos sugerindo que é: precisamos de uma cultura de responsabilidade fiscal;, ressaltou. Ontem o ministro já havia comentado sobre a necessidade do país e dos gestores terem maior responsabilidade fiscal para acabar com o ;endividamento em bola de neve;, assim como já existe a responsabilidade financeira, embora ainda não haja lei de autonomia do Banco Central.
Segundo ele, o foco do pacto não é só um e o aprofundamento das dimensões foi feito em conjunto com agentes políticos como os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do Senado Federal, Davi Alcolumbre, bem como com o presidente da República Jair Bolsonaro, que teriam temperado politicamente as propostas enviadas. ;Fizeram um tempero político para que calibrássemos as propostas. Isso é basicamente uma agenda de trabalho do Congresso. O Estado brasileiro está em transformação, em direção à políticas públicas descentralizadas: saúde, educação, saneamento, segurança. Por isso serão transferidos de R$ 450 (bilhões) a R$ 500 bilhões da União para os entes federativos. Estamos desenhando junto ao Congresso essa agenda;, reforçou.
Para o ministro, as medidas encaminhadas ontem, por terem sido trabalhadas em conjunto, terão negociação diferente da reforma previdenciária. ;Acho que é diferente da previdenciária, na qual realmente mandamos com economia de R$ 1,2 tri e houve cortes, mas foram compreensíveis e louváveis em uma democracia. O próprio BPC (Benefício de Prestação Continuada) merece aplausos. Foram protegidos alguns segmentos mais frágeis. Mas, prefiro uma reforma de R$ 800 bi que traga estados e municípios do que uma que não traga e economize R$ 1 tri. Dessa vez, nós nos entendemos juntos e calibramos juntos, então, não é que mandamos uma coisa que será muito modificada, muitos pontos já foram modificados (antes do envio);, comentou.