postado em 07/11/2019 04:14
O Banco Central (BC) vai anunciar, na semana que vem, inovações para redesenhar o cheque especial no Brasil. Segundo o presidente do BC, Roberto Campos Neto, o objetivo é diminuir as taxas de juros cobradas na linha de crédito. Em setembro, a taxa média anual estava em 330,2% ao ano.
Durante audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, Campos Neto destacou que os maiores usuários do cheque especial têm renda baixa e menos acesso à educação financeira. De acordo com ele, 44% dos brasileiros que entram no cheque especial ganham até dois salários mínimos e 67% cursaram até o ensino médio.
O presidente do BC explicou que, quando abre uma linha de crédito para o cliente, o banco tem um custo de capital, que é recuperado por meio da cobrança dos juros. Assim, quem tem maior renda tem maior limite no cheque especial, mas não usa os recursos da mesma forma que os mais pobres. ;Quem tem limite alto e nunca usa está sendo custeado por quem tem limite baixo e usa. Temos um projeto que deverá sair em breve para redesenhar isso;, afirmou.
Campos Neto disse que o corte na estimativa do mercado para o crescimento da economia brasileira neste ano, que passou de 1,58% para 0,91%, ocorreu por causa da crise da Argentina, que reduziu as exportações brasileiras, pela queda do comércio global e pela tragédia em Brumadinho (MG), que diminuiu a produção da indústria extrativa mineral.
Ele confirmou, ainda, a possibilidade de nova redução de 0,5% na taxa básica de juros (Selic) em dezembro, observando que a inflação está ;baixa e controlada;.