Simone Kafruni, Bernardo Bittar
postado em 13/11/2019 20:30
[FOTO1]Todos os cinco países do Brics, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, apostam na liberação de financiamentos do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês) para ampliar os investimentos em infraestrutura. A instituição garante que haverá aceleração dos empréstimos e estuda fazê-los nas moedas locais de cada país.
K. V. Kamath, presidente do NDB, garantiu que o banco quer acelerar os objetivos do grupo. ;Faz quatro anos que iniciamos nossas operações. No início, os projetos eram montados por órgãos de governo com garantia soberana, com o tempo consideramos projetos do setor privado;, explicou. ;Por conta da volatilidade das taxas de câmbio, exploramos fazer negócios em moedas locais. Isso já ocorre na China e em 40% dos financiamentos na África do Sul;, disse.
Durante o painel Oportunidade de investimentos no Brics, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, disse que o país ficaria muito feliz em ver investimentos no setor ferroviário. ;Temos duas ferrovias com leilões previstos para o ano que vem, que podem representar um renascimento. Queremos contar com trens de passageiros. Os nossos parceiros já entraram no Brasil com energia e no setor portuário, por que não no ferroviário?;, provocou.
Freitas comemorou a evolução da conversa com o NDB. ;Recebemos uma séries de boas notícias do banco e temos um programa de concessão sofisticado na estruturação de projetos. Acho que o NDB pode entrar na modalidade de garantias e provocar uma guinada, alavancando o desenvolvimento dos projetos;, afirmou.
Trofim Yakovlev, chefe adjunto de Divisão da JSC Russian Railways, empresa ferroviária da Rússia, garantiu ter interesse nos projetos brasileiros. ;Somos uma empresa global. Temos iniciativas na África do Sul. Queremos construir ferrovias na Índia e temos iniciativas no Brasil. Mas tudo depende de financiamento. Com o NDB, esperamos ampliar o leque de investimentos;, afirmou.
Chen Zhong, vice-presidente da China Communications Construction Company, também comentou que o banco vai ampliar as possibilidades de investimento intra-Brics. ;Projetos de infraestrutura são de longo prazo. Por isso, a chave para apostar neles é estabilidade;, destacou.
Phakamile Mainganya, diretor da Área de Risco do banco IDC, sugeriu que o NDB empreste para bancos para que esses, por sua vez, façam financiamentos às pequenas e médias empresas. ;Na África do Sul, o IDC pode agregar os pequenos projetos, temos balancete forte, podemos fazer empréstimos junto ao NBC e financiar as pequenas e médias nos nossos países. Assim seria possível acelerar os negócios;, sustentou.