Economia

Dólar segura alta e fecha em R$ 4,19

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 15/11/2019 04:04

O dólar teve novo dia de alta e seguiu no maior patamar desde 13 de setembro do ano passado. Em dia marcado por prudência dos investidores por conta do feriado prolongado de Proclamação da República, mas com mercados no exterior funcionando nesta sexta-feira, a moeda norte-americana subiu 0,19% e terminou o dia em R$ 4,19. Na semana, a divisa acumulou valorização de 0,64% e, no mês, já avançou 4,6%.

Profissionais de câmbio ressaltam que investidores preferiram se proteger comprando dólares, pois o mercado ficará fechado nos próximos dias, com possibilidades de novidades nas negociações comerciais entre China e Estados Unidos, protestos no Chile e na Bolívia, e, ainda, eventuais declarações do presidente norte-americano, Donald Trump. ;O mercado vai ficar três dias fechado, com o temor de que esses eventos afetem os negócios;, ressaltou Vanei Nagen, responsável pela área de câmbio da Terra Investimentos.

O gestor da RB Investimentos, Daniel Linger, ressalta que uma combinação de fatores contribui para os investidores reforçarem a busca por hedge (proteção) no mercado brasileiro, pressionando o câmbio. Entre esses fatores, a piora do mercado chileno e, no ambiente doméstico, o cenário político mais incerto após a saída do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva da prisão e a decisão de Jair Bolsonaro de deixar o PSL. Ontem, o dólar seguiu em alta no Chile, mesmo com o início de um programa de intervenção do banco central chileno, de US$ 4 bilhões.

Bolsa


No mercado acionário, o Ibovespa, principal indicador dos negócios da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), conseguiu se manter na região de suporte técnico dos 106,3 mil pontos, mas em uma sessão marcada por alta comedida, que não teve capacidade de anular a perda de 1% acumulada na semana. No dia, o índice fechou com ganho de 0,47%, aos 106.557 pontos, e um volume financeiro de R$ 17,9 bilhões.

Da mesma forma que ocorreu no câmbio, as tensões geopolíticas, com destaque para o recrudescimento das questões políticas em vizinhos latinos, afetaram o mercado acionário brasileiro. Os negócios foram influenciados também pela falta de progresso nas negociações comerciais entre EUA e China.

  • Dívida global cresce

    As dívidas dos mercados emergentes, considerando os passivos de empresas, governos, bancos e famílias, bateram em US$ 71,4 trilhões ao final do primeiro semestre, alcançando o recorde de 220% do Produto Interno Bruto (PIB) desses países. Chile, Coreia do Sul e Argentina foram os mercados onde os passivos mais aumentaram na comparação ano a ano, de acordo com relatório divulgado pelo Instituto Internacional de Finanças (IIF), formado pelos 500 maiores bancos do mundo. A dívida mundial também bateu recorde, atingindo US$ 250,9 trilhões ao final do primeiro semestre de 2019, o equivalente a 320% do PIB global.

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