Agência Estado
postado em 16/11/2019 09:22
A XP Investimentos protocolou o pedido de registro para realizar sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na Securities and Exchange Commission (SEC, órgão regulador do mercado de capitais americano). As ações da companhia deverão ser precificadas na segunda semana de dezembro. A companhia confirma que a oferta será realizada na Nasdaq, bolsa americana conhecida por abrigar empresas de tecnologia. O IPO da XP foi antecipado pela Coluna do Broadcast.
O prospecto preliminar da oferta ainda não traz detalhes sobre a operação, tal como volume a ser vendido ou faixa indicativa de preço, mas mostra que a oferta será primária, com a venda de novas ações que injetará recursos no caixa da companhia; e secundária, com a venda de ações existentes.
Venderão ações os sócios controladores da XP, e os fundos de private equity General Atlantic e Dynamo. Itaú Unibanco, sócio minoritário da corretora, como esperado, não venderá.
No documento, a XP aponta que suas ações serão divididas em duas classes, sendo que os detentores das ações da "classe B" terão 10 vezes mais votos do que os que tiverem as ações "classe A". Essa estrutura é denominada no mercado como uma ação "super ordinária" e tem sido utilizada nos IPOs de empresas de tecnologia. Esse modelo, contudo, não é permitido pela legislação brasileira. Assim, no IPO serão vendidas apenas as ações da "classe A". O prospecto diz que as ações da XP Controle são de "classe B", ao passo que as detidas pelo Itaú, que possui 49% da XP, e o fundo General Atlantic terão suas ações divididas entre papéis de classe A e B.
Clientes
A XP informa que possui 1,5 milhão de clientes ativos, por meio de suas três marcas, a própria XP, Rico e Clear. Ao todo são R$ 350 bilhões sob custódia, receita de R$ 3,7 bilhões e lucro líquido de R$ 699 milhões de janeiro a setembro.
Da oferta primária, que injetará recursos no caixa da XP, o prospecto aponta que o objetivo é o lançamento de novos serviços, como banco digital, pagamentos e seguros. Além disso, os recursos poderão financiar potenciais aquisições e acelerar a busca de novos clientes.
Em carta no prospecto, o presidente e fundador da XP, Guilherme Benchimol, destaca a história da companhia fundada por ele quando tinha 24 anos. Benchimol diz que aprendeu a "sonhar grande" e que a visão da XP era de ser disruptiva em um mercado concentrado no sistema bancário. Em 2017, a XP chegou a fazer o pedido para abrir o capital na bolsa brasileira, mas os planos foram interrompidos com a proposta de compra de uma fatia feita pelo Itaú. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.