postado em 22/11/2019 04:14
[FOTO1]O Brasil registrou 70.852 novos trabalhadores por carteira assinada em outubro. O resultado é a diferença de 1,365 milhão de admissões e 1,294 milhão de demissões. Os números são do Cadastro-Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e mostram o sétimo mês consecutivo de saldo positivo para o mercado de trabalho formal.
O desempenho foi melhor que o de outubro do ano passado, quando o saldo foi de 57.733 vagas. No entanto, ficou abaixo do registrado em setembro último, quando o Caged contabilizou 160.519 novos postos com carteira assinada. Antes disso, o mercado de emprego formal registrou três anos consecutivos de saldo negativo, com as demissões superando as contratações.
Em transmissão ao vivo na internet, o presidente Jair Bolsonaro comemorou o saldo positivo de outubro. ;Logicamente, são as medidas econômicas adotadas pelo governo que têm colaborado nesse sentido;, avaliou.
Hélio Zylberstajn, professor da Faculdade de Economia da USP e coordenador do projeto salariômetro, esclareceu que o emprego é um dos indicadores da economia que mais demoram a se recuperar após uma recessão. ;Quando começa a volta da atividade econômica, as empresas ainda não têm certeza se é para valer. Então, preferem fazer hora extra com os funcionários que já estão lá. Conforme ganham segurança, contratam mais e, por isso, os empregos crescem de forma lenta;, explicou.
O engenheiro civil Antônio Carlos Rodrigues, 38 anos, é um dos brasileiros que ainda esperam por uma recuperação mais robusta do mercado de trabalho. Desempregado há cinco meses, ele nunca conseguiu atuar na área de formação e diz que a falta de experiência é um dos obstáculos para conseguir uma oportunidade. Rodrigues reclama da dificuldade de se planejar financeiramente estando sem ocupação. ;Não tem como fazer um projeto a longo prazo, porque você não tem uma renda fixa. Isso atrapalha até nos estudos;, disse o engenheiro, que trabalha como autônomo realizando projetos gráficos.
Zylberstajn explicou que o menor resultado de outubro ante setembro pode ser visto como um ;soluço; em meio ao crescimento. ;Precisamos esperar os próximos meses, mas tudo leva a crer que a série positiva do emprego formal deve continuar, embora lenta;, disse. Ele alertou, no entanto, que, por questões sazonais, dezembro deverá ter resultado negativo.
De janeiro a setembro, 841.589 postos formais foram gerados, o melhor resultado para o período desde 2014. ;Se lembrarmos que temos cerca de 39 milhões de trabalhadores com carteira assinada, dentro do universo do Caged, um aumento de 800 mil no ano não é tão espetacular, mas é uma expansão que tem persistido ao longo de todo o ano;, completou.
Outubro foi o segundo mês de 2019 em que todas as unidades da Federação apresentaram resultado positivo na oferta de postos de trabalhos formais. Os destaques foram Minas Gerais, com saldo de 12,3 mil empregos, São Paulo (11,7 mil) e Santa Catarina (11,6 mil).
Segundo o Ministério da Economia, a modalidade de trabalho intermitente, criada na reforma trabalhista, que entrou em vigor em novembro de 2017, teve saldo positivo de 6.087 empregos no período, sendo 14.254 admissões e 8.167 desligamentos. Na opção trabalho em regime de tempo parcial, houve geração de 2.569 empregos, saldo de 7.480 contratações e 4.911 demissões.
* Estagiário sob supervisão de Odail Fgueiredo
- Bancos vão renegociar dívidas
O Banco Central e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) assinaram ontem um entendimento que prevê um mutirão de renegociação de dívidas em agências bancárias de todas as 27 capitais do País. Segundo o presidente da Febraban, Murilo Portugal, as agências bancárias ficarão abertas até as 20 horas entre 2 e 6 de dezembro para renegociar esses débitos. Ao todo, 261 agências bancárias participarão do mutirão. Segundo Portugal, além de renegociação de dívida, os clientes também terão acesso a orientações de educação financeira.