Gabriel Pinheiro*
postado em 26/11/2019 12:45
[FOTO1]As taxas de financiamento imobiliário se encontram no menor patamar dos últimos anos, o que deve propiciar um expressivo aumento na oferta de crédito e impulsionar o crescimento do setor, onde já se presenciou um recorde de concessões de alvarás no mês de setembro, segundo estudo da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) divulgado nesta terça-feira (26/11).
O indicador, de abrangência nacional, mostrou que o mês de agosto deste ano registrou o maior volume de lançamentos imobiliários desde 2015, 105.470 unidades. Segundo a Abrainc, esse número corrobora com a confiança dos empresários do setor. De acordo com os dados, esse alto volume lançado deve gerar aumentos ainda maiores nas vendas dos próximos anos. O cenário é bem diferente do observado nos anos de 2015 e 2017 onde haviam poucos lançamentos de projetos e muitas unidades em estoque.
O estudo indica que os juros baixos são um importante estímulo ao setor imobiliário, porque há uma diminuição no custo do crédito, que já atingiu seu patamar mínimo da série histórica do Banco Central em setembro deste ano 8.65% ao ano. Além disso, a Caixa Econômica anunciou a redução da taxa mínima de financiamento imobiliário para TR%2b 6,75%, a menor do mercado. Isso possibilita o ingresso de vários novos compradores no mercado.
Em uma das análises da Abrainc, é demonstrado que é possível incluir até 800 mil famílias no mercado imobiliário de médio e alto padrão, o que representa um aumento de 20% no número de famílias elegíveis a cada 1% de taxa de juros. Esse aumento ocorre pelo aumento do poder de compra das famílias que podem acessar esses imóveis. Ao realizar a mesma análise, para o segmento de baixa renda, o estudo constatou que a queda de 1% nos juros do financiamento pode incluir até 2 milhões de famílias, isso representa um aumento de 16%.
De acordo com o estudo divulgado, o saldo de geração de empregos da construção civil voltou a ser positivo. Em 2019 foram criados 117 mil empregos até setembro, equivalente a 15% do total de empregos gerados no Brasil. Segundo a Abrainc, essa melhora contrasta com a forte crise vivida entre 2014 e 2017 onde houve uma perda total de 1 milhão de empregos diretos na construção. Na sua conclusão, o estudo constata que esse movimento será fundamental para o crescimento econômico brasileiro e traz um cenário promissor para a atividade imobiliários nos próximos anos.