Economia

Desafios para 2020 vão além das reformas apresentadas, dizem especialistas

Uma melhora no modelo de gestão dos gastos públicos do Brasil é um dos principais desafios para o ano que vem

Maria Eduarda Cardim
postado em 26/11/2019 18:43

[FOTO1] Em meio a diversas reformas propostas pelo governo federal em 2019, especialistas se dizem preocupados com o caminho para o futuro, que, para eles, vai além das reformas já apresentadas. A observação e uma melhora no modelo de gestão dos gastos públicos do Brasil é um dos principais desafios para o ano que vem, de acordo com o professor da Faculdade Mackenzie Brasília Alex Fabiane, um dos participantes do Correio Debate: Desafios para 2020, realizado nesta terça-feira (26/11).

Para o especialista em políticas públicas e administração pública, há necessidade da melhora na eficiência dos gastos públicos a partir de uma revisão de determinados processos. ;Somos um país grande, com uma quantidade enorme de municípios, e isso influencia diretamente o gasto público no Brasil;, afirma Alex.

Segundo dados apresentados pelo professor, 37% do PIB do Brasil é destinado ao gasto público do país. Em média, o gasto público médio dos países que compõe o BRICS (Rússia, Índia, China e África do Sul) representa 32% do PIB dessas nações.

Outro ponto destacado pelo professor é a evolução do índice de envelhecimento da população no Brasil. Junto com a crescente esperança de vida, a queda do crescimento populacional são pontos que devem gerar uma reflexão do tipo de gasto o país vai ter daqui para a frente. ;Por exemplo, se o governo pensa em reduzir a máquina pública, é preciso pensar no uso de novas tecnologias e inteligências;, ressalta.

Em sua fala no segundo painel, que tratou de emprego, renda e infraestrutura, o professor também reconheceu que fazer reformas no Brasil não é fácil, mas necessário. ;É importante observar que é um caminho difícil, mas que precisa ser percorrido;, completa. Para ele, em 2020, ano de eleições municipais, será preciso acelerar o processo, se o governo quiser que as reformas propostas saiam do papel.

;É possível que elas saiam do papel, mas acaba que a governança do processo não está exclusivamente ligada ao governo. Na minha percepção, o prazo é bem estreito. Será preciso seguir um caminho bem acelerado, se quiserem aprovar essas reformas;, avalia. De acordo com Alex, o próximo ano será apenas uma sinalização de uma caminhada muito mais longa.

O debate realizado pelo Correio Braziliense em parceria com o Sebrae, a Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília e a Buser, também contou com a presença do secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, do economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto e outros especialistas.

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