Anna Russi
postado em 26/11/2019 20:01
[FOTO1]Na avaliação do economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, não há pacote de reformas estruturais que mude ;de uma hora para outra; o cenário econômico do país. ;Esse tipo de reforma precisa ser contínua e permanente, de modo que, cumulativamente, seus efeitos se materializem de forma relevante. Ou seja, produtividade assim entendida na sua relação com reformas é uma coisa menos de longo prazo. Você não vai ter um pacote de reformas que vai virar o jogo de uma hora para a outra. Nem é essa a ideia. Tudo que está em reforma microeconômicas, acho que temos que situar nesse âmbito;, afirmou em seu discurso no Correio Debate ;Desafios para 2020: o Brasil que nos aguarda;, realizado nesta terça-feira (26/11). Para ele, a agenda de reformas que tem sido apresentada pelo governo é imprescindível, ;absolutamente necessária;, por reduzir custo de transação e auxiliar na avaliação de riscos e problemas econômicas do futuro. ;Como economista de banco de investimento, tenho que imaginar para onde as coisas vão em diversos horizontes. De uns tempos para cá, essa discussão dos horizontes no Brasil mudou completamente: qualquer referência a curto prazo virou pecado e o assunto virou longo prazo, sustentável;, comentou.
No entanto, ele ressaltou que os temas são diferentes mas não são excludentes. ;Podem ter uma relação em que o curto prazo compromete o longo prazo. Mas podem ter uma relação em que não vai existir uma crença (do mercado) no longo prazo não vai existir se você não der conta do curto prazo;, disse.
De acordo com ele, as expectativas do mercado para a economia podem exigir medidas não convencionais, de curto prazo, mas que ;hoje em dia assumem uma cara de medidas de médio a longo prazo;. A sugestão do economista é de que os estabilizadores sejam utilizados de forma automática. ;Ou seja, a questão fiscal tem que ser subordinada do ponto de vista de utilizar o estabilizador, o déficit primário, e seja feita reforma para o crescimento;, explicou. Para ele, subordinar o investimento público ao teto de gastos ;não é o mais inteligente a se fazer;.