[FOTO1]Para que os juros continuarem caindo, é fundamental que o governo controle do rombo nas contas públicas, que vem sendo registrado desde 2014, e mantenha o Banco Central independente. Essa é uma das avaliações da economista e advogada Elena Landau, que participou nesta terça-feira do seminário ;Correio Debate: Desafios para 2020;, realizado nesta na tarde desta terça-feira (26/11), na sede do Correio Braziliense.
;A queda nos juros básicos vão depender muito da questão fiscal e da continuidade da independência do Banco Central. A PEC do teto dos gastos foi fundamental, a reforma da Previdência. Deu solvência e as outras reformas também serão essenciais para consolidar os juros baixos", afirmou a economista. Atualmente, a taxa básica de juros, a Selic, está em 5% ao ano, o menor patamar da história.
Elena Landau reforçou que é extremamente necessário para economia brasileira realizar uma série de privatizações a fundo. "A importância da privatizações é o salto de produtividade em primeiro lugar. Porque o setor público, por vários motivos não é eficiente e tem baixa produtividade em relação ao setor privado. Depois tem a questão do funcionalismo, do número de empregados, dos custos que isso dá para o Estado. As privatizações são importantes para melhorar a eficiência, para melhorar a competição na economia, pois tem muito monopólio estatal", afirmou a responsável pelo processo de privatização do governo Fernando Henrique Cardoso. Para ela, falta foco, prioridade e comando quando se trata do tema.
Questionada sobre qual estatal precisaria ser privatizada urgentemente, ela reforçou na necessidade de a União se desfazer de empresas privadas para melhorar a eficiência. "Não existe para mim a mais urgente. Tm que ser todas. Petrobras, Eletrobrás, Caixa Econômica, Banco do Brasil. Eu defendo a privatização de tudo. Esse negócio de privatizar pequenas empresas, como Nuclep, isso não adianta nada, isso não gera impacto nenhum na produtividade e na questão fiscal", frisou.
Sobre o futuro que aguarda o Brasil na área econômica, a advogada ponderou que não espera "nada", pois de acordo com ela, nada se transforma de um dia para o outro. "Eu não espero nada. Vai crescer dois e pouco o que já está dado e isso não teve nenhum impacto especial. Você vai voltar ao crescimento médio e medíocre que o Brasil tem. A gente precisa dar um pulo e não damos esse salto sem produtividade, isso não ocorre em um ano", disse.
Ela não poupou críticas às polêmicas declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a edição de um novo AI-5 em caso de uma radicalização de protestos de rua contra as reformas. "Obviamente que a declaração do ministro Guedes não ajuda a melhorar o ambiente no país. Pois cria um risco político no radar e isso assusta as pessoas que querem investir no Brasil e produzir. Precisamos dar segurança jurídica e política aos investidores", ponderou.