Economia

Juro baixo impulsiona construção

Correio Braziliense
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postado em 27/11/2019 04:13
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As taxas de financiamento imobiliário se encontram no menor patamar dos últimos anos, o que deve propiciar um expressivo aumento na oferta de crédito e impulsionar o crescimento do setor, onde já se presenciou um recorde de concessões de alvarás no mês de setembro, segundo estudo da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) divulgado ontem.

O trabalho, de abrangência nacional, mostrou que, em agosto último, foi registrado o maior volume de lançamentos imobiliários desde 2015: 105.470 unidades. Segundo a Abrainc, esse número corrobora a confiança dos empresários do setor. De acordo com os dados, o alto volume lançado deve gerar aumentos ainda maiores nas vendas dos próximos anos. O cenário é bem diferente do observado no período de 2015 a 2017, no qual havia poucos lançamentos de projetos e muitas unidades em estoque.

O estudo indica que os juros baixos são um importante estímulo ao setor imobiliário, porque há uma diminuição no custo do crédito, que já atingiu, em setembro, o patamar mínimo da série histórica do Banco Central, de 8,65% ao ano. Além disso, a Caixa Econômica Federal anunciou a redução da taxa mínima de financiamento imobiliário para TR+ 6,75% ao ano, a menor do mercado. Isso possibilita o ingresso de vários novos compradores no mercado.

Em uma das análises da Abrainc, é demonstrado que é possível incluir até 800 mil famílias no mercado imobiliário de médio e alto padrão, o que representa um aumento de 20% no número de famílias elegíveis a cada 1% de taxa de juros. Esse aumento ocorre pelo aumento do poder de compra das famílias que podem acessar esses imóveis. Ao realizar a mesma análise, para o segmento de baixa renda, o estudo constatou que a queda de 1% nos juros do financiamento pode incluir até 2 milhões de famílias, isso representa um aumento de 16%.

De acordo com o estudo divulgado hoje, o saldo de geração de empregos da construção civil voltou a ser positivo. Em 2019 foram criados 117 mil empregos até setembro, equivalente a 15% do total de empregos gerados no Brasil. Segundo a Abrainc, essa melhora contrasta com a forte crise vivida entre 2014 e 2017, quando houve uma perda total de 1 milhão de empregos diretos na construção. Na sua conclusão, o estudo constata que esse movimento será fundamental para o crescimento econômico brasileiro e traz um cenário promissor para a atividade imobiliários nos próximos anos.

* Estagiário sob supervisão de Odail Figueiredo

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