Economia

Estudo do BC aponta que 76 países têm limites para o cheque especial

O documento foi citado como referência na exposição de motivos do BC usada para convencer o Conselho Monetário Nacional (CMN) a aprovar a medida no Brasil

postado em 30/11/2019 07:00
[FOTO1]A ideia de fixar um teto para a taxa de juros cobrada no cheque especial, apresentada pelo Banco Central (BC), foi inspirada em experiências estrangeiras. ;Atualmente, 76 países usam algum tipo de limite de taxa de juros para empréstimos, sendo 61 deles nas regiões de circunscrição do Banco Mundial;, diz estudo da instituição global. O documento foi citado como referência na exposição de motivos do BC usada para convencer o Conselho Monetário Nacional (CMN) a aprovar a medida.

Ainda segundo o estudo do Banco Mundial, ;na maioria, os limites são codificados em leis de usura (28 países), seguidas pelas leis de taxas de juros (24 países), enquanto menos países (9) contam com tetos de fato como fonte de autoridade. O responsável pela fixação do teto é geralmente o banco central, mas também pode ser o Poder Judiciário, a legislação ou o Ministro das Finanças;.

Dos 76 países que possuem restrições aos juros, enquanto 42 optam por tetos relativos, outros 31 estabelecem o uso misto de limites absolutos de taxa de juros e tetos relativos. Dos que impõem um limite máximo, quase todos utilizam taxa de referência exógenas. ;Um número significativo de países aplica um coeficiente de multiplicação sobre a taxa de referência para determinar o limite máximo. Os países, menos frequentemente, impõem um limite único para taxa de juros; ao contrário, optaram por estabelecer tetos diferentes para diferentes tipos de crédito, valores emprestados ou prazos de vencimento;.

Abusos

Em Portugal, por exemplo, o teto para a linha de cheque especial foi estabelecido pelo Decreto-Lei n; 133, em 2009. Já na Espanha, a partir de 2011, uma lei proibiu que os juros da modalidade superassem em duas vezes e meia o nível da taxa de juros legal, estabelecida todo ano na Lei Geral do Orçamento do Estado. Na França, as instituições financeiras são livres para determinar suas tarifas e taxas de juros, no entanto, desde 1935, há limites para essas cobranças, de modo a prevenir práticas abusivas.

No caso francês, a legislação impõe, para o crédito ao consumidor, incluindo o cheque especial, uma Taxa Anual de Encargos Efetiva Global (Taeg) limitada a 133% da Taeg média praticada no trimestre imediatamente anterior, sendo o Banque de France o responsável por divulgar esses limites.

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