postado em 01/12/2019 04:15
O cheque especial, modalidade de crédito ao consumidor que, em outubro, registrou taxa média de juros para os consumidores de 305,9% ao ano, é o responsável por contribuir com 13,2% da margem de intermediação financeira dos bancos. Essa fatia corresponde ao saldo depois que se desconta o custo de captação de recursos e as provisões obrigatórias feitas pelas instituições financeiras. Embora não chegue a ser propriamente o lucro dos bancos ; uma vez que ainda não entra na conta o pagamento de impostos ;, é um indicador relevante sobre os resultados com o produto. Segundo o Banco Central (BC), a inadimplência da carteira de crédito com recursos do cheque especial para pessoas físicas responde por 16,10%.
Mesmo sendo responsável por uma fatia relevante do endividamento entre consumidores, o cheque especial responde por 1,4% do total de crédito para as pessoas físicas. Ainda assim, é responsável por uma boa fatia do resultado financeiro dos bancos. Dados do BC apontam que a margem obtida pelas instituições financeiras com o cheque especial, considerando o volume emprestado na modalidade, é bem superior em relação a outras linhas.
O crédito habitacional é um exemplo. De acordo com o BC, a carteira representa 32,4% do financiamento às famílias, mas contribui com 9% para a margem de intermediação financeira dos bancos. O crédito para veículos representa 9,9% do volume de financiamento às pessoas físicas, mas tem contribuição de 10,7% para a margem dos bancos. O resultado dos bancos no cheque especial ocorre em um ambiente de altas taxas de juros. A taxa média de 305,9% ao ano é uma das mais elevadas entre todas as modalidades de crédito disponíveis nos bancos.