Economia

'Essa medida não nos preocupa', diz ministro sobre taxas de aço e alumínio

De qualquer forma, o chanceler Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores, disse que governo brasileiro quer ''entender mais detalhes'' da declaração feita pelo presidente dos EUA, Donald Trump, de reinstalar tarifas de importação sobre o aço e o alumínio do Brasil

Augusto Fernandes
postado em 02/12/2019 18:36

[FOTO1]O anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que o país norte-americano vai voltar a impor tarifas sobre as importações de aço e alumínio procedentes de Brasil e Argentina ainda não foi totalmente compreendido pelo governo de Jair Bolsonaro, que está ;conversando com as várias autoridades em Washington (capital dos EUA) justamente para entender mais detalhes da medida;, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. De qualquer forma, segundo ele, ;essa medida não nos preocupa;.

;Vamos conversar, vamos entender a medida. Vamos agir com toda a tranquilidade. Vamos ver, claro. (Vamos) avaliar o impacto, avaliar exatamente que tipo de medidas os Estados Unidos estão pensando;, comentou o chanceler, nesta segunda-feira (2/12).

Apesar de o presidente Bolsonaro ter comentado nesta manhã que, ;se fosse o caso;, ele ;ligaria para Trump;, a conversa entre os dois mandatários ainda não ocorreu, segundo Araújo. Questionado se o chefe do Palácio do Planalto de fato vai entrar em contato com o presidente norte-americano, o ministro respondeu: ;Por enquanto, não;.

;Por enquanto, estamos no nível técnico, ainda nesse nível de entender as medidas. Nossos colegas em Washington estão conversando. Vamos tentar entender e depois ver como a gente vai conversar isso com os Estados Unidos. Com muita calma vamos chegar a um entendimento sobre isso;, afirmou Araújo.

Para o chanceler, por mais que o retorno das tarifas seja uma surpresa, ela não deve interferir nas relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos. Araújo disse que o governo federal vai ;cada vez mais se aprofundar nessa medida; e que ela ;não nos tira desse trilho rumo a uma relação mais profunda;

;É uma relação muito dinâmica. Existem várias coisas que nós já conseguimos, que não tínhamos conseguido antes. Acabou de ser aprovado o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas, que nós queríamos há 20 anos e não tínhamos conseguido justamente uma posição americana favorável.

Desvalorização das moedas

Ao justificar o retorno da tarifação, Donald Trump escreveu em uma rede social nesta segunda-feira que ;Brasil e Argentina desvalorizaram fortemente suas moedas, o que não é bom para nossos agricultores".. "Portanto, com vigência imediata, restabelecerei as tarifas de todo aço e alumínio enviados aos Estados Unidos por esses países;, acrescentou.

Neste contexto, o presidente dos EStados Unidos afirmou que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) precisa agir para que muitos países "não tirem mais vantagem" da força do dólar para "desvalorizar ainda mais suas moedas". "Isso torna muito difícil para nossos fabricantes e produtores agrícolas exportarem seus bens de forma justa", disse Trump, em sua conta oficial no Twitter, apelando mais uma vez ao Fed que reduza taxas de juros e relaxe sua política monetária.

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