Economia

Balança: pior novembro desde 2015

Correio Braziliense
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postado em 03/12/2019 04:16

Com exportações acumuladas em US$ 17,596 bilhões e importações somando US$ 14,169 bilhões, a balança comercial brasileira, que calcula a diferença entre exportações e importações, registrou saldo de US$ 3,428 bilhões em novembro. Além de ser 15,9% menor do que os US$ 4,077 bilhões alcançados no mesmo mês do ano passado, o resultado é o menor para novembro desde 2015.

Os números foram divulgados ontem pelo Ministério da Economia. No acumulado do ano, o saldo comercial teve soma US$ 41,079 bilhões, valor 20,4% inferior ao do mesmo período de 2018, quando atingiu US$ 51,605 bilhões. Também é o pior resultado para o período em quatro anos, quando atingiu US$ 13,303 no acumulado dos 11 primeiros meses de 2015.

O subsecretário de Inteligência e Estatísticas da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, Herlon Brandão, disse que a queda nas exportações do ano, que recuaram 7,2%, faz parte do movimento de desaceleração do comércio mundial. Segundo ele, os principais países que reduziram suas compras com o Brasil foram a China e a Argentina. ;São três anos de crises do terceiro maior parceiro comercial do Brasil, isso impacta bastante. Com a Argentina, principalmente nas vendas de automóveis;, ressaltou. No entanto, em sua avaliação a linha de importações ao longo do ano é de melhora, com alta na demanda no país.

Tanto as vendas para o exterior como as compras brasileiras originadas de países estrangeiros recuaram 16% em relação a novembro de 2018. Entre as exportações, o destaque ficou com produtos manufaturados, que tiveram queda de 25,6%. Os produtos básicos e semimanufaturados recuaram 9,5% e 9,2%, respectivamente. Já as importações, foram puxadas pela redução de 54,2% nas compras de bens de capital e 9,7% nos bens intermediários. Por outro lado, a importação de combustíveis e lubrificantes e de bens de consumo avançaram 16,4% e 0,3%, respectivamente.

No ano, o Brasil já exportou o equivalente a US$ 205,863 bilhões, com média diária de US$ 887 milhões. No ano passado, a média era de US$ 956,2 milhões por dia. As importações totalizaram US$ 164,783 bilhões até novembro de 2019. A média foi de US$ 710 milhões por dia, ante US$ 731,8 milhões. O resultado de novembro já contabiliza a revisão de US$ 3,817 anunciada pelo Ministério da Economia na semana passada. Com a alteração no resultado parcial, por conta de uma falha, até 24 de novembro, passou de um deficit de US$ 1,099 bilhão para superavit de US$ 2,717.

O diretor de Desenvolvimento do Serviço de Processamento de Dados (Serpro), Ricardo Jucá, explicou que a falha se deu por uma modernização do sistema. ;Houve uma não observância no uso de uma consulta ao banco de dados, que não estava retornando a totalidade dos registros de exportações no período;, disse. Ele garantiu que o problema já foi corrigido.


  • Top 10
    Os maiores compradores do Brasil (em US$ milhões)

    País/bloco Exportação 2019 Média diária
    China, Hong Kong e Macau 59.859 258
    União Europeia 33.233 143,2
    Estados Unidos 26.950 116,2
    Mercosul 13.470 58,1
    Oriente Médio 10.008 34,1
    Argentina 9.005 38,8
    África 6.956 30
    Japão 4.765 20,5
    México 4.477 19,3
    Coreia do Sul 3.147 13,6

    Fonte: Ministério da Economia




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    O dólar fechou ontem no menor nível em 10 dias, com queda de 0,68%, a R$ 4,211. A segunda-feira foi marcada por desvalorização da moeda norte-americana ante a maioria das divisas, em meio a renovados temores sobre os rumos das negociações comerciais entre Estados Unidos e China, após a decisão de Donald Trump de taxar o aço do Brasil e da Argentina. A nova revisão nos números da balança comercial, anunciada pelo Ministério da Economia, que aumentou as exportações brasileiras dos últimos três meses em US$ 6,5 bilhões, também ajudou a fortalecer o real, que teve um dos melhores desempenhos no mercado internacional de moedas.

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