Agência Estado
postado em 03/12/2019 07:01
Comandada pelo executivo Guilherme Benchimol, a XP Investimentos definiu na segunda-feira, 2, a faixa de preço de suas ações, que devem começar a ser negociadas na Bolsa Nasdaq, nos Estados Unidos, na quarta-feira, dia 11. Se incluídos os lotes extras, a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) poderá movimentar até US$ 2,08 bilhões na Bolsa americana, especializada em empresas de tecnologia.
Em formulário enviado à Securities Exchange Commission (SEC), o regulador do mercado de capitais americano, a corretora brasileira, que tem o Itaú Unibanco como um dos seus principais sócios, informou que a faixa indicativa dos papéis da companhia brasileira ficou entre US$ 22 e US$ 25.
Se tiver demanda pelo valor máximo das ações, a XP estreia na Nasdaq avaliada em US$ 13,8 bilhões, ou quase R$ 60 bilhões.
Na oferta que será feita, a XP colocará à venda 72,51 milhões de ações. Desse volume, 42,53 milhões farão parte da oferta primária, dinheiro que vai direto para o caixa da empresa. Os outros 25,95 milhões vendidos vão para o bolso dos acionistas.
Se a procura for grande no dia de estreia, a XP poderá vender um lote extra de ações (10,85 milhões papéis). Com isso, o total movimentado poderá atingir US$ 2,085 bilhões. Sem o lote adicional, a operação movimentaria US$ 1,8 bilhão.
Além de sócios executivos da XP, que vão diluir sua participação com a venda de papéis, serão vendedores na oferta os fundos General Atlantic e Dynamo. O Itaú Unibanco, com 49,9% de participação na corretora, não vai se desfazer de seus papéis.
A XP deu o pontapé para abrir capital pouco mais de dois anos depois de ter voltado atrás de seus planos após receber uma oferta multibilionária do Itaú Unibanco.
Com 1,5 milhão de clientes ativos, por meio de suas três marcas, a própria XP, Rico e Clear, a corretora tem ao todo R$ 350 bilhões sob custódia, receita de R$ 3,7 bilhões e lucro líquido de R$ 699 milhões, no terceiro trimestre deste ano.
A corretora, que também recebeu uma licença bancária no ano passado, planeja se tornar um banco completo.
Com a oferta primária, que injetará recursos no caixa da XP, a empresa fundada por Benchimol pretende fazer o lançamento de novos serviços, como banco digital, pagamentos e seguros. Além disso, os recursos poderão financiar potenciais aquisições, atender às necessidades de capital de giro relacionadas à expansão do negócio e acelerar a busca de novos clientes por meio de investimentos em marketing e publicidade.
Classes
A XP planeja uma estrutura de ações de classe dupla na sua oferta de ações: A e B. Nessa estrutura, as ações ordinárias de classe B oferecem aos acionistas dez vezes os direitos de voto das ações classe A.
Essa estrutura é denominada no mercado como uma ação "superordinária" e tem sido utilizada nos IPOs de empresas de tecnologia. Esse modelo, contudo, não é permitido pela legislação brasileira.
Por conta disso, muitas empresas buscam fazer suas ofertas nas Bolsas americanas.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.