Economia

Brasília está entre as piores no ranking ''cidades amigas da internet''

SindiTelebrasil lança página com informações sobre antenas e pesquisa dos municípios com maiores condições de conectividade. Capital federal deixa lanterna, sobe sete posições em 2019, mas fica em 93º lugar entre 100

Simone Kafruni
postado em 03/12/2019 20:43

[FOTO3]Brasília passou a lanterna das piores cidades em condições de conectividade de internet para São Paulo, mas permanece numa posição incômoda: 93; lugar entre 100. Ultrapassou sete municípios em 2019, porém tem muito a melhorar, segundo levantamento divulgado nesta terça-feira (3/12) pelo Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil), durante lançamento da página Fique Antenado, que reúne pesquisas, dicas e a situação das antenas de rede móvel.

Os quesitos a serem melhorados na capital federal são restrições de instalação de equipamentos na área de preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília, em eixos e vias; burocracia e falta de procedimentos claros para a regularização da infraestrutura atual para evitar a solução de continuidade na prestação dos serviços; descentralização de procedimentos administrativos; e cobrança pelo uso de área pública.

Nos primeiros lugares, estão as cidades consideradas amigas da internet, as que mais estimulam a conectividade e que possuem leis modernas e sem burocracia nos processos de licenciamento. A líder em 2019 é São José dos Campos (SP), mas Porto Alegre foi a que mais subiu no ranking, galgando 76 posições.

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SindiTelebrasil lança página com informações sobre antenas e pesquisa dos municípios com maiores condições de conectividade. Capital federal deixa lanterna, sobe sete posições em 2019, mas fica em 93º lugar entre 100

Luiz Alexandre Garcia, presidente do SindiTelebrasil, destacou que o setor quer a compreensão dos prefeitos para ampliar a conectividade no país. ;Precisamos de antenas, de compartilhamento de postes e de estruturas subterrâneas;, disse. Marcos Ferrari, presidente executivo do sindicato, explicou que a página da entidade pretende elucidar a população sobre os benefícios de se ter uma legislação moderna. ;Colocamos todas as leis e normativos referentes aos temas e mais conteúdos que explicam vantagens, mitos e verdades. É um grande serviço prestado à sociedade;, acrescentou.

Em um vídeo institucional, o SindiTelebrasil explicou que as antenas não são mais edificações. ;As de 5G são do tamanho de uma caixa de sapato, que podem ser instaladas em postes, bancas e fachadas de prédio. Como são menores, o licenciamento deve ser mais simples. A radiação é muito menor do que a de ondas de rádio e TV, portanto não faz mal a saúde;, esclarece a apresentação.

Atraso

Presente no evento, Luiz Felipe Monteiro, secretário de governo digital do Ministério de Economia, destacou que o Brasil está muito atrasado na oferta de serviços digitais. ;A perspectiva da economia digital é fantástica, mas o Brasil precisa acelerar seu marco regulatório e o desenvolvimento da sua infraestrutura para ser produtor e não só consumidor da indústria digital;, avaliou. Segundo ele, apesar de o país ter a quarta maior demanda por serviços digitais, está em 44; lugar na oferta. ;Há um gap (hiato) a ser recuperado;, disse.

Em 2019, de acordo com Monteiro, 486 serviços que eram providos exclusivamente de forma presencial passaram a ser oferecidos por meio digital. ;Isso resultou numa economia de R$ 1,7 bilhão por ano, R$ 1,4 bilhão para empresas e cidadãos, e o R$ 350 milhões para o governo, com redução de burocracia e instalações físicas;, destacou.

Tornar as cidades brasileiras mais inteligentes, com maior conectividade, também é missão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), assinalou Humberto Bruno Pontes, chefe da assessoria técnica do órgão regulador. ;Temos 310 milhões de contratos, concentrados nos serviços móveis. A agência tem feito esforço muito grande para participar de audiências públicas, apoiando a mudança das legislações municipais, para destravar as amarras;, garantiu.

Anfitriã do evento, a Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) está engajada no projeto de ampliar a conectividade no país, assegurou o secretário executivo Gilberto Perre. ;A FNP representa as cidades com mais de 80 mil habitantes. São 400 com essa característica. O papel do município em relação ao uso e ocupação do solo é importante, mas isso não deve significar burocracia onde não precisa. O ambiente é propício para facilitar a instalação das antenas, porque, atualmente, o cidadão demanda internet como demanda asfalto, água e energia. Isso bate na porta do prefeito.;

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