Economia

Para professor, não dá para celebrar

postado em 04/12/2019 04:14
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Um dos setores que puxaram o avanço da economia foi o de serviços. O crescimento de 0,4% no terceiro trimestre, ainda modesto ganhou destaque entre os dados do Produto Interno Bruto (PIB). Porém, as pessoas não devem se animar tanto. Para o professor de economia da UnB Roberto Piscitelli, o aumento não pode ser comemorado, pois outras áreas ainda estão em defasagem, principalmente o emprego, que é o verdadeiro motor da economia.

;Não é animador o desempenho do setor de serviços nem o de consumo, para dizer que deu um impulso na economia. Acho que existe muito otimismo e análises feitas em cima de indicadores de curto prazo. A gente sabe que o terceiro e o quarto trimestres dão uma aquecida na economia. Este ano tem o FGTS, que está injetando algum dinheiro no mercado, 13; salário, festas de final de ano. Quer dizer, a gente não sabe como vai ser ano que vem, se vai repetir. É difícil dizer que vai se manter;, afirmou o professor.

Piscitelli disse, ainda, que é preciso certa moderação e muita cautela com os números, pois o período gera um crescimento natural, porém sazonal. ;Não dá para ser tão otimista ao ponto de fazer as pessoas gastarem e se endividarem. É o mesmo que acreditar em voo de galinha. A propaganda não pode iludir as pessoas e, quando chegar o fim do próximo ano, estar todo mundo no sufoco. A economia só vai evoluir de fato quando melhorar o mercado de trabalho;, avalia.

Entre os segmentos que se destacaram no setor de serviços, os Correios informaram que registraram ontem o maior número de encomendas da história: mais de 2 milhões de objetos foram postados em um único dia. No ano passado, a marca foi de 1,5 milhão de encomendas. ;Da primeira hora da Black Friday, na sexta-feira, até as 18h desta terça-feira, foram recebidas mais de 4,8 milhões de encomendas. A expectativa da empresa para 2020 é de crescimento, alinhado à previsão de aumento do consumo da população, principalmente no que se refere às compras on-line, setor em que os Correios se posicionam como principais parceiros das pequenas e grandes empresas;, disse a empresas, em nota.

  • Relação discutível com Donald Trump

    A ameaça de imposição de taxas no aço e no ferro brasileiro pelos EUA acenderam mais um alerta de que a relação entre Jair Bolsonaro e o líder americano Donald Trump é, de longe, assimétrica e não tão próxima quanto defende o presidente brasileiro. Fã assumido de Trump, Bolsonaro ofereceu diversas concessões ao norte-americano, mas, em troca, conseguiu pouco de concreto. A professora de direito da Universidade de São Paulo (USP) Maristela Basso diz que Trump não está nem um pouco preocupado com Bolsonaro. ;É muito provável que daqui para frente sua única preocupação seja com ele mesmo (Trump). Se houve um período de lua de mel, esta acabou faz tempo.;

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