Economia

Demanda chinesa turbina agropecuária

postado em 04/12/2019 04:14

Entre os setores do Produto Interno Bruto, a agropecuária teve a maior alta no terceiro trimestre: 1,3% em relação aos três meses anteriores e 2,1% na comparação com igual período de 2018. Milho e algodão herbáceo tiveram safra relevante e foram dois dos maiores produtos responsáveis pelo crescimento, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) divulgado em novembro. Mas também ajudaram a alavancar os setores de produção de carnes e de soja, puxados pela demanda da China.

Em 2018 o crescimento do setor já havia siso revisado de 0,1% para 1,4%, o que fez o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) corrigir o crescimento econômico daquele ano de 1,1% para 1,3%. Segundo o IBGE, a revisão se deveu à incorporação dos dados dos municípios, e dos setores de extração vegetal e de silvicultura.

O coordenador-geral de Avaliação de Políticas e Informação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, José Garcia Gasques, observou que em apenas três dos últimos 23 anos o setor teve queda na produção. ;Para um setor de risco, que depende do clima, é um resultado importante;, avaliou. Gasques aposta na continuidade dos bons resultados. ;Temos poucas informações de safra para o ano que vem, mas tudo indica que será ainda melhor. Esse ano a pecuária já cresceu mais do que os grãos e achamos que isso deve se estender para o ano que vem;, afirmou.

Carlos Thadeu Filho, economista-chefe da Ativa Investimentos, especialista em commodities, atribui o crescimento ao setor de proteínas e de grãos. ;Diante da guerra comercial entre Estados e China, a produção brasileira foi estimulada e o Brasil vem tomando cada vez mais o espaço americano de exportação para o país asiático;, disse. Ele acredita que, no ano que vem, o crescimento será bem acentuado. ;Como as decisões no âmbito da agricultura e pecuária, que são de médio prazo, já foram tomadas, cada vez mais vai puxar nosso PIB.;

José Carlos Hausknecht, sócio da MB Agro disse que a imagem do setor ficou abalada nos últimos tempos, mas que será possível abrir mercados para a agropecuária brasileira. ;Precisamos ter um crescimento saudável e com consciência ambiental, mostrar que nosso setor é preocupado, sim, com o meio ambiente;, afirmou. Para Hausknecht, os empresários da área precisam investir mais em tecnologia e produtividade. ;Hoje em dia há uma demanda muito grande do mercado chinês pela nossa carne por causa da peste suína que está acontecendo na África. Podemos aproveitar o bom momento para nos consolidar como um grande fornecedor de alimentos;, constatou o sócio da MB Agro.

* Estagiário sob supervisão de Odail Figueiredo

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