Agência Estado
postado em 04/12/2019 07:06
Um ponto de atenção na implementação da plataforma de dados e serviços financeiros integrada, conhecida como "open banking", é a segurança em torno das informações dos clientes. O item é determinante, segundo especialistas, para a adesão do consumidor ao sistema, uma vez que é o cliente que tem de autorizar que seus dados sejam compartilhados.
"Se o consumidor se sentir inseguro e não tiver com quem reclamar e como reclamar não vai aderir da maneira como a gente espera, e aí a segurança pode ser uma ameaça. O grau de sofisticação do consumidor brasileiro é alto, mas ele precisa confiar, entender", opinou Maria Beatriz Pellegrino, diretora jurídica da Visa para Brasil e Região Andina, durante evento promovido pelo escritório Focaccia, Amaral e Lamonica Sociedade de Advogados (FAS Advogados).
De acordo com Maria Beatriz, no Reino Unido - país usado como referência pelo Banco Central no sistema de open banking - os dados são chocantes. A grande maioria não sabe o que é o sistema. "O mercado tem a função de explicar benefícios que o 'open banking' pode trazer para o consumidor", acrescentou a diretora, ressaltando a importância de o consumidor identificar os benefícios em compartilhar seus dados.
Também presente no evento, Henrique Meirelles, secretário de Fazenda de São Paulo e ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, reforçou que as mudanças tecnológicas que têm ocorrido no setor financeiro brasileiro chegaram mais tarde do que em outros mercados justamente por questões de segurança, inerentes ao segmento. "Não há dúvida de que o mercado financeiro está mudando. É inevitável, mas surpreendente é o fato de ter demorado um pouco mais que outros setores como comércio, bens e serviços que mudaram muito mais rapidamente... É compreensível. Pesa a questão onde a pessoa guarda o seu dinheiro, sua poupança, sua segurança. Então, todos têm de ir com mais cuidado.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.