Economia

Indústria cresce 0,8% em outubro

postado em 05/12/2019 04:14

A produção industrial cresceu pelo terceiro mês consecutivo e avançou 0,8% em outubro, ante setembro. O resultado é o melhor para o mês desde 2015, quando a alta foi de 1,5%. Em relação a outubro de 2018, a atividade industrial registrou expansão de 1%. Nessa base de compração anual, é o segundo mês seguido de elevação.

Já no acumulado do ano, a indústria mostra recuo de 1,1%. Em 12 meses, a produção apresenta queda de 1,3%, dando continuidade ao movimento de baixa iniciado em agosto. Os números são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dos 26 ramos pesquisados, 14 subiram a produção em outubro. Os destaques ficam com os produtos farmacêuticos, que saltaram 11,2%, e alimentícios, que avançaram 3,4%.

André Macedo, técnico do IBGE, explicou que o resultado de outubro reforça a manutenção positiva do setor, não vista desde o final de 2017. ;Tem um adicional para esse dado de outubro, porque tem um perfil mais disseminado, que não era observado nos dois meses anteriores: em agosto somente 11 ramos dos pesquisados mostraram crescimento na produção, por exemplo. Então, embora naquele mês tenha sido um crescimento maior, era mais concentrado em poucas atividades;, esclareceu.

Tendência


Renata Mello Franco, economista do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), também avaliou o resultado como positivo. Para ela, as recentes altas na produção industrial mudam a tendência de queda do setor, indicando uma continuidade do movimento para os próximos meses. ;Principalmente da indústria de transformação. Um ponto importante é separar a indústria extrativa, que tem mostrado mais dificuldade para se recuperar após o incidente de Brumadinho;, ponderou.

Segundo Macedo, o avanço foi calcado na parte de bens de consumo, como eletrodomésticos, automóveis, alimentos e bebidas. ;Isso tudo tendo como plano de fundo a melhoria gradual do cenário doméstico, uma inflação mais baixa, a redução de taxa de juros com maior acessibilidade ao crédito e até um melhor mercado de trabalho, no qual, ainda que exista um contingente importante de desocupados, há um aumento na massa de rendimento. Esses fatores se relacionam muito com o que puxou o Produto Interno Bruto (PIB) ontem, que é o consumo das famílias. Fatores pontuais como a liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a proximidade com datas como Black Friday e Natal também são importantes para contribuir com essa aceleração recente;, destacou.

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