postado em 05/12/2019 04:14
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) afirmou que o Brasil não vai passar por uma escassez de carne e que a oferta do alimento deve ser normalizada no próximo ano. De acordo com a instituição, o aumento dos preços ;é um ponto fora da curva;, e a tendência é de que o valor do produto comece a cair nas próximas semanas, sem, entretanto, voltar aos patamares anteriores. O principal motivo para a alta dos preços é o aumento das compras de China, que reduziu a oferta no Brasil. Além disso, de acordo com a CNA, o consumo das famílias cresce no fim do ano.
Em Brasília, o preço do quilo de carne chegou a subir 25%, de acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas, Gêneros Alimentícios, Frutas, Verduras, Flores e Plantas do DF (Sindigêneros). O superintendente técnico da CNA, Bruno Lucchi, afirmou que, com o tempo, o produtor de carne vai reagir, dispor de novas ofertas de crédito, o que deve elevar a produção e reduzir os preços. ;A oferta e demanda vai se equilibrar. O que houve nesse período foram fatores extremos, que culminaram nesse resultado;, afirmou Bruno.
No entanto, o presidente da entidade, João Martins, afirmou que os preços não voltarão aos praticados no terceiro trimestre. ;Ninguém espere que voltemos aos valores preço de 60, 90 dias atrás. Temos aumento do custo de produção. Nós vamos ajustar o preço ao mercado. Se o consumidor deixar de comprar, deve-se ajustar o preço até que o consumo retorne;, afirmou.
Os altos preços da carne devem impulsionar um crescimento de 14,1% no faturamento da pecuária em 2020, segundo a CNA. O segmento será o principal responsável pelo aumento do PIB do setor, previsto em 3%. A agricultura deve ter expansão de 7,2%.