Agência Estado
postado em 05/12/2019 11:35
Os brasileiros ficaram mais endividados em novembro, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O porcentual de famílias com dívidas subiu de 64,7% em outubro para 65,1% em novembro. Também houve elevação em relação a novembro de 2018, quando essa fatia de endividados era de 60,3%.
Por outro lado, a proporção de famílias inadimplentes, com dívidas ou contas em atraso, diminuiu de 24,9% em outubro para 24,7% em novembro, interrompendo uma sequência de quatro meses consecutivos de avanços. No entanto, a inadimplência ainda está em patamar superior ao de novembro de 2018, quando 22,9% das famílias tinham contas em atraso.
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) considera como dívidas as contas a pagar em cartão de crédito, cheque especial, cheque pré-datado, crédito consignado, crédito pessoal, carnê de loja, prestação de carro e prestação de imóvel.
A CNC ressaltou que o aumento no endividamento não é necessariamente negativo, especialmente se não há avanço também na inadimplência.
"A redução das taxas de juros do crédito, associada à melhora no emprego formal, proporciona condições para a continuidade da tendência de aumento do crédito e do endividamento das famílias. O recuo do porcentual das famílias com contas em atraso reflete, além da redução do custo do crédito, a sazonalidade favorável do período em relação ao emprego e à renda. Já o aumento dos indicadores de inadimplência na comparação com o ano anterior reflete o maior comprometimento de renda das famílias com as dívidas e a piora da percepção em relação ao endividamento", avaliou a economista Marianne Hanson, da CNC, em nota oficial.
O total de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso, permanecendo inadimplentes, passou de 10,1% em outubro para 10,2% em novembro. Em novembro de 2018, essa fatia era de 9,5%.
O cartão de crédito manteve a liderança no ranking de tipos de dívidas, mencionado por 78,8% das famílias endividadas, seguido por carnês (15,7%) e financiamento de carro (9,2%).