Agência Estado
postado em 05/12/2019 11:57
O Banco Central do Chile projetou que a economia local sofra uma contração de 2,5% no quarto trimestre de 2019. Depois disso, previu recuperação modesta, com crescimento entre 0,5% e 1,5% em todo o ano de 2020 (em setembro, esperava entre 2,75% e 3,75%). As projeções constam do informe de política monetária, apresentado pelo presidente do BC, Mario Marcel, ao Senado local nesta quinta-feira.
O BC diz que o país atravessa um "momento complexo" na economia, com "perda relevante de empregos durante novembro e uma queda abrupta na confiança das famílias e empresas". Segundo a instituição, a crise iniciada em 18 de outubro tem se caracterizado por demandas sociais que levaram "à discussão de mudanças institucionais relevantes", como uma nova Constituição, e "pressões legítimas por benefícios e direitos sociais, com importantes implicações fiscais". "Esse processo, apesar disso, tem sido acompanhado por episódios de violência, significativos e prolongados, que têm provocado interrupções importantes no sistema produtivo, incidindo fortemente em uma menor atividade e enfraquecendo o emprego", afirma.
A manutenção da taxa de juros em 1,75% e o "maior impulso fiscal recentemente anunciado, unido à expansividade já alta da política monetária, ajudará a conter a deterioração da economia", diz o BC chileno. Por outro lado, ele nota que a desvalorização do peso e os impactos financeiros da incerteza aumentarão as pressões inflacionárias.
Para 2019, a projeção de crescimento agora é de 1,0%. Em setembro, ela estava entre 2,25% e 2,75%. No caso de 2021, o BC prevê avanço do Produto Interno Bruto (PIB) entre 2,5% e 3,5%, também inferior ao esperado em setembro, que estava entre 3,0% e 4,0%.