Economia

Marfrig lança marca de hambúrguer verde e vai vender para a China

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 11/12/2019 04:15

Um dos movimentos que tem atraído o setor de carnes é o dos alimentos feitos a partir de plantas, ou plant based. Em agosto, a Marfrig Global Foods fez uma parceria com o Burger King, que colocou no cardápio de suas lanchonetes o hambúrguer de origem vegetal. A JBS também aderiu. Por meio da marca Seara, a companhia lançou na semana passada uma linha de proteína vegetal. Seu primeiro produto ; também um hambúrguer, foi apresentado ao mercado quatro meses antes.

Ontem, a Marfrig, maior produtora de hambúrgueres do mundo, anunciou o lançamento da marca própria de hambúrgueres vegetais. A Revolution Burger será vendida no varejo e em redes de food service. As exportações vão começar em 2020 e terão como primeiro destino a China. Um dos parceiros da Marfrig nesta primeira fase será o Outback Steakhouse, que passará a oferecer em seu cardápio uma receita exclusiva do hambúrguer Revolution.

No início de outubro, em entrevista aos Diários Associados, Eduardo Miron, CEO da Marfrig Global Foods, falou sobre os planos para a área de plant based. ;Essa tecnologia continuará avançando. Vale a pena analisar o que esse acordo (com a ADM) significa e onde pode nos levar. Estamos com uma combinação extremamente poderosa com a ADM, reconhecida pela parte de desenvolvimento, e com acesso a matérias-primas. Para a escala, isso é importante. A Marfrig entra no mercado de hambúrguer feito de plantas com sua capacidade global de produção e acesso aos melhores clientes. O inicio por meio do hambúrguer de planta é uma obviedade. Mas não vamos parar aí;, declarou na ocasião.

Miron falou na época que acreditava no potencial de crescimento desses produtos. "Não só temos a capacidade de produzir no Brasil, mas de vender no varejo e aproveitar o potencial de exportação. Os nossos parceiros são extremamente fortes e o que alcançamos é resultado de estudos de vários anos. Até o fim do ano, vamos continuar explorando o produto hambúrguer feito com vegetais, que ainda é recente, para então pensar em atacar os canais de varejo e de exportação, mas ainda é cedo;, comentou o executivo.

;Carne é carne;

A nomenclatura dos produtos feitos a partir de plantas não é consenso. Para Antônio Jorge Camardelli, presidente da Abiec, ;carne é carne;. Portanto, produtos de origem vegetal não devem adotar essa denominação. Apesar dessa ressalva, o representante da entidade aprova o movimento da indústria. "Tudo que der dinheiro tem validade. Há espaço para todo mundo, mas desde que sejam respeitadas as nomenclaturas".

Entidades como a Abiec e a Confederação Nacional da Agricultura têm se articulado junto ao Congresso Nacional e ao Ministério da Agricultura (Mapa) para que haja regras claras na denominação dos plant based. Camardelli dá mais exemplos. "Leite de soja não pode ter esse nome, porque leite é o que sai da vaca. Da mesma forma, o couro chamado de sintético;.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação