Economia

Após mais uma queda da Selic, bancos reduzem taxas de juros

Caixa reduz taxas cobradas no crédito imobiliário após decisão do Banco Central de cortar a Selic para 4,5% ao ano. Outras instituições, como o Banco do Brasil e o Itaú, seguem o mesmo movimento e diminuem encargos de diversas linhas de crédito

Cristiane Noberto*, Gabriel Pinheiro*
postado em 13/12/2019 06:00
[FOTO1]A decisão do Banco Central de cortar a Selic para 4,5% levou muitos bancos a reduzir as taxas de juros de empréstimos e financiamentos. O movimento puxado pelo Banco do Brasil, foi seguido pela Caixa Econômica Federal (CEF) e, nas próximas semanas, o Itaú Unibanco vai acompanhar o movimento. O BB havia anunciado reduções em algumas linhas de crédito na quarta-feira. Nesta quinta-feira (12/12), foi a vez da CEF divulgar o corte, desta vez no cheque especial e no crédito imobiliário. Segundo o presidente da instituição, Pedro Guimarães, a intenção é atrair mais clientes e reduzir a inadimplência.

As novas taxas do crédito imobiliário da Caixa estarão disponíveis na próxima segunda-feira. Com a redução de 0,25 ponto percentual, a taxa mínima para a compra da casa própria corresponderá à variação da Taxa Referencial (TR), que atualmente está zerada, mais 6,5% ao ano.

Segundo o vice-presidente de Habitação da Caixa, Jair Mahl, as novas taxas estarão disponíveis somente para os novos contratos. Guimarães, no entanto, disse que possíveis renegociações dos contratos antigos estão sendo avaliadas. ;Se você tem direito pelo seu perfil e relacionamento com o banco, poderá ter uma redução (da taxa) maior. Mas ainda estamos em conversa sobre isso.;

A CEF reduziu ainda para 4,95% a taxa do cheque especial para quem tem conta salário no banco. Dos demais correntistas, serão cobrados 8% ao mês. As novas taxas passam a valer em 2 de janeiro.

Ricardo Rocha, educador financeiro do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), disse que o momento é bom para quem pretender fazer o financiamento da casa própria. Ele criticou, porém, a estratégia da Caixa. ;Pode ser uma política para angariar clientes com maior renda, mas não sei se é muito efetiva.

Já o educador financeiro Jônatas Bueno alerta que, mesmo com os financiamentos mais acessíveis, é preciso ter cuidado com o endividamento. ;Quando falamos de financiamento imobiliário, estamos falando de contas que se arrastam por anos. Isso tem um impacto grande e compromete o orçamento.;

Bueno observa, no entanto, que esse é um ótimo período para a renegociação de dívidas. ;Financiamentos que foram feitos com taxa de juros de 2% e 3% hoje já podem ser renegociados na faixa de 1%. É um bom momento para quitar as dívidas antigas;, disse.

* Estagiários sob supervisão de Odail Figueiredo

Confira as novas taxas

Caixa Econômica Federal
Crédito imobiliário: TR %2b 6,5 ao ano (a partir de 16/12/19)
Cheque especial (conta-salário): 4,5% ao mês (a partir de 2/1/20)
Cheque especial (sem relacionamento): 8% ao mês (a partir de 2/1/20)

Banco do Brasil (vigência em 16/12/19)
Crédito Automático e Renovação: A partir de 2,87% ao mês
BB Crediário: A partir de 3,11% ao mês
Crédito Salário: A partir de 2,69% ao mês
Crédito Imóvel Próprio: De 1,30% a 1,68% ao mês

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