postado em 16/12/2019 04:14
O economista e consultor Roberto Luis Troster avalia que o Banco Central poderia usar melhor os instrumentos que tem para conter a valorização do dólar e a piora no saldo da conta-corrente neste fim de 2019 e no próximo ano. Para ele, a instituição deveria aproveitar esse cenário em que há uma demanda maior pela moeda norte-americana em espécie para reduzir as reservas. ;Essa medida ajudaria a melhorar as contas públicas;, aconselha.
Desde o pico de 23 de agosto, o estoque de divisas internacionais do BC encolheu US$ 27,8 bilhões, chegando a US$ 361,7 bilhões. ;O BC não precisa de um volume tão elevado de reservas como o atual. Se elas fossem reduzidas em US$ 100 bilhões, por exemplo, a dívida pública poderia diminuir em 8% do PIB;, destaca. ;O câmbio voltou para o radar. Seria mais contundente vender mais divisas. Os leilões realizados pelo BC foram muito tímidos. Ele vai ganhar dinheiro vendendo dólar caro, porque ele pode desvalorizar no ano que vem;, sugere.
Além da queda dos juros, da piora na balança comercial e das declarações polêmicas do ministro da Economia, Paulo Guedes, pressionando o câmbio, Troster ressalta que, entre os donos do capital externo, ainda existe um temor de que manifestações de trabalhadores, como as ocorridas no Chile, se estendam para o Brasil. ;O investidor estrangeiro está atento ao que aconteceu em Santiago, onde a concentração de renda é maior e o desemprego é menor do que no Brasil. E isso também está se refletindo no câmbio, com o dólar mais valorizado;, argumenta. (RH)
"A tendência é de que o câmbio continue valorizado, em torno de R$ 4,10, porque não há uma indicação de que o Banco Central vai interromper uma política atual mais expansionista, mantendo os juros mais baixos. Isso favorece a desvalorização do real;
Antonio Madeira, economista