Agência Estado
postado em 16/12/2019 19:12
Enquanto o aumento do apetite ao risco vindo do exterior embalou a queda do dólar, os juros futuros operaram sob dinâmica própria e estiveram em alta a maior parte da sessão. Como a semana tem uma agenda pesada em termos de política monetária, com divulgação da ata do Copom e do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o investidor aproveitou para realizar lucros, tendo ainda como argumento a melhora da perspectiva de crescimento do País em 2020, que deve reduzir o espaço para mais cortes da Selic. Ainda, no exterior, o dia foi de elevação nos rendimentos dos títulos públicos nos Estados Unidos e na Europa, diante da melhora na perspectiva para a economia global após o fechamento do acordo inicial entre a Pequim e Washington.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 fechou com taxa de 4,55% (regular) e 4,545% (estendida), de 4,510% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2023 terminou em 5,82% (regular e estendida), de 5,722% no último ajuste. A taxa do DI para janeiro de 2025 subiu de 6,362% para 6,46% (regular) e 6,48% (estendida) e a do DI para janeiro de 2027 fechou a 6,81% (regular e estendida), de 6,701% no ajuste anterior.
O sinal de alta para as taxas foi definido ainda pela manhã, após uma abertura perto da estabilidade, ainda que o dia não tenha trazido grandes destaques no noticiário ou na agenda. Alguns profissionais afirmam que o investidor preferiu ficar "mais leve" para aguardar os documentos do Banco Central nesta semana e, ao mesmo tempo, relacionaram a pressão das taxas à perspectiva positiva para o crescimento do PIB no ano que vem, o que também ajudou o dólar a cair e a fechar no nível de R$ 4,06.
A questão da atividade é grande expectativa do mercado para a ata que o Copom divulga amanhã, após ter afirmado no comunicado que a partir do segundo trimestre os dados indicam que a "recuperação da economia ganhou tração", e, ao mesmo tempo, ter trazido projeções de inflação bem comportadas para 2020.
"A impressão é de que o câmbio ainda está numa faixa que não incomoda o Banco Central, ou seja, temos de olhar para a atividade, que para 2020 é mais promissora. Temos observado isso já nos dados recentes, mais alentadores", disse o economista-chefe da Guide Investimentos, João Mauricio Rosal, que espera crescimento de 2,5% para o PIB no ano que vem, com "viés de alta".