Agência Estado
postado em 17/12/2019 17:51
A sobretaxação do agronegócio argentino trouxe preocupações para a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que disse estar acompanhando a situação de perto. Uma das questões é o preço do trigo argentino, importado pelo Brasil.
"Esse trigo entra no Brasil sem taxas. Agora, se isso ficar inviável, nós temos outras alternativas, podemos trazer de outros lugares. Mas a Argentina não pode perder o mercado brasileiro de 6 milhões de toneladas", disse ela. "Esperamos que o pão não suba de preço."
Na Argentina, mudanças na política econômica podem provocar perdas para os produtores rurais argentinos, apontou o La Nación. O jornal mostrou que, considerando os preços atuais das commodities e os rendimentos médios das últimas cinco temporadas, produtores não conseguirão cobrir custos no milho e trigo com a sobretaxa na exportação (retenciones) de 12%.
Segundo o jornal, a conta de custos e receita fica quase zerada na soja com o tributo de 30% na exportação, citando levantamento da consultoria AZ Group.
Tereza Cristina disse, ainda, que deve acompanhar o presidente Jair Bolsonaro na viagem para a Índia, que deve ocorrer em janeiro. Um dos assuntos a ser tratado no país asiático é a bioenergia.
A ministra fez um balanço do ano na Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), em Brasília, com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, nesta terça-feira, 17.
Ela destacou, aos deputados e senadores que integram a bancada, que em 2020 dois programas serão prioridade da pasta: o AgroNordeste e a Regularização Fundiária.
Segundo ela, o AgroNordeste já teve convênios assinados no valor de R$ 215 milhões, atingindo 230 municípios do Nordeste e de Minas Gerais, com 1,7 milhão de beneficiados.
Em relação à regularização fundiária, disse que é "o combo titulação-preservação", e que vai beneficiar cerca de 300 mil propriedades, pequenas em sua maioria, além dos 9.500 assentamentos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).