Jornal Correio Braziliense

Economia

Bolsonaro diz que 'todas as cartas estão na mesa', mas que CPMF está 'demonizada'

Questionado sobre uma nova cobrança nos moldes da extinta Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), o presidente da República, Jair Bolsonaro, repetiu nesta quinta-feira, 19, que "todas as cartas estão na mesa", mas afirmou que o "imposto está demonizado". O ministro da Economia, Paulo Guedes, no entanto, descartou na quarta a volta deste tributo. Guedes afirmou que avalia taxar transações digitais, o que pode incluir transferências e pagamentos feitos por meio de aplicativos de bancos, por exemplo, mas não deu explicações sobre como a cobrança seria feita. "A CPMF, todas as cartas estão na mesa, mas é um imposto que está demonizado", disse Bolsonaro, nesta quinta, em frente ao Palácio da Alvorada. Na segunda-feira, 16, Bolsonaro chegou a afirmar que "todas as alternativas" estavam sobre a mesa, quando questionado em relação ao imposto sobre transações financeiras. Neste dia, o presidente disse que o governo só aceitaria criar um imposto se outro tributo for extinto. Também afirmou que tem usado o termo "simplificação de impostos" em vez de reforma tributária em conversas com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Em setembro, a defesa de um imposto aos moldes da CPMF levou à queda do economista Marcos Cintra do cargo de secretário especial da Receita Federal. Ele defendia publicamente a criação do imposto sobre pagamentos como forma de substituir ou ao menos reduzir outros impostos, principalmente sobre a folha de salários das empresas. A ideia era um dos pilares da reforma tributária planejada pela equipe econômica. Após a divulgação dos detalhes da proposta e a reação no Congresso, Cintra foi exonerado.