Rosana Hessel
postado em 19/12/2019 14:35
Apesar de o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, evitar comentar sobre as declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a criação um novo tributo sobre transações digitais, que não deixa de ser parecido com a antiga Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), ele admitiu que as medidas da agenda BC%2b que estão em curso ajudam a ampliar a base de operações por meio eletrônico, de forma cada vez mais rápida. ;Eu não posso falar sobre tributação;, disse ele, nesta quinta-feira (19/12), ao ser questionado sobre o assunto.
Ao falar sobre as mudanças no sistema financeiro orquestradas pelo BC, como open banking e pagamento instantâneo (que prevê compensação imediata entre contas de países diferentes), que devem ganhar mais corpo no ano que vem, Campos Neto reforçou que o número de usuários tende a crescer. ;Obviamente, a base será maior, com muita gente no sistema e deve aumentar muito o volume de transações;, afirmou.
Paulo Guedes e sua equipe estão de olho nessa base de transações e na transformação dos sistemas de pagamentos digitais, com ou sem intermediários, para ampliar a base sobre a qual o tributo pode incidir. Esse novo imposto, segundo o ministro, seria um substituto da velha CPMF para permitir a desoneração da folha de pagamentos defendida pelo chefe da equipe econômica.
Campos Neto também evitou comentar os efeitos desse novo tributo defendido pela equipe econômica. ;Todo imposto sobre intermediação financeira tem que ver qual é o impacto. Não tem muito mais para comentar sobre esses temas fiscais;, emendou.
O chefe da autoridade monetária participou da entrevista coletiva do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), que melhorou as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil de 0,9% para 1,2%, neste ano, e de 1,8% para 2,2%, em 2020.