Economia

"Tão nocivo quanto a energia cara"

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 20/12/2019 04:05


Nos últimos anos, governos, entidades setoriais e empresários do setor de alumínio buscam alternativas para reduzir os estragos causados pelo alto custo da energia elétrica para a indústria. Sem resposta, uma das maiores empresas do setor no mundo, a Alcoa, se viu abrigada a fechar as portas das unidades em Poços de Caldas (MG) e São Luís (MA), reduzindo a produção aos menores patamares da história. No entanto, para o presidente da Abal, Milton Rego, uma eventual volta do ICMS sobre as exportações da bauxita terá nível semelhante de destruição. ;O ICMS seria tão nocivo quanto a energia cara;, garante.

O alto custo da eletricidade no Brasil e as incertezas sobre a capacidade de geração são, de fato, um freio para a economia. Segundo Adriano Pires, sócio-fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), é difícil quantificar com exatidão o impacto dessa combinação sobre o PIB, mas ele certamente é significativo, principalmente na indústria.

O nível de chuvas abaixo da média, que reduziu reservatórios do Sudeste e do Centro-Oeste, faz os preços da energia elétrica no mercado de curto prazo oscilarem, mas com viés de alta. Parte da explicação é que, sem chuvas, é preciso acionar usinas termelétricas, que têm custos maiores de operação.

Estudo da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) mostra que a tarifa média da eletricidade no Brasil é uma das mais caras do mundo. O custo da energia é 127,3% maior que o praticado nos Estados Unidos, 94,9% superior ao do Canadá e 9% mais caro que na Alemanha.

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