postado em 21/12/2019 04:04
A inflação começou dezembro em disparada. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) atingiu 1,05% este mês, muito acima da taxa de novembro, de 0,14%. A aceleração se deu principalmente por causa do aumento no preço da carne, que subiu 17,7%. A inflação acumulada ano foi de 3,91%. Em 2018 o IPCA-15 avançou 2,67%.
As previsões mais pessimistas apontam para um IPCA fechado de dezembro de até 1,5%. Com isso, boa parte dos economistas praticamente enterrou a possibilidade de o Banco Central continuar cortando a taxa básica de juros (Selic), que está em 4,5% ao ano. Na verdade, os especialistas já falam em aumento da Selic de um ponto percentual ao longo de 2020, para 5,5% ao ano.
A variação de 1,05% do IPCA-15 em dezembro foi a maior desde junho do ano passado, quando cravou 1,11%. Dos produtos e serviços analisados pelo IBGE, somente os artigos de residência, como eletrodomésticos, apresentaram deflação no mês, de 0,84%. Entre as principais altas estão os alimentos e as bebidas, com reajuste médio de 2,59%. Em seguida aparecem o grupo de despesas pessoais (1,74%), transportes (0,90%), vestuário e educação (0,09%).
Além do aumento da carne, ocasionado, principalmente, pela alta demanda da China, devido à contaminação do rebanho pela peste suína, o feijão-carioca também subiu muito. Um dos principais alimentos do dia a dia dos brasileiros ficou 20,38% mais caros. Já as frutas saltaram 1,67%. Entre o os alimentos que registraram queda de preços estão a batata-inglesa (-9,33%) e a cebola (-7,18%). Em dezembro, comer fora de casa ficou 0,79% mais caro.
O professor e economista da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Felipe Queiroz atribuiu a elevação dos preços dos alimentos a fatores internos e externos. ;As carnes ficaram mais caras porque estamos na entressafra. Além disso, houve incremento nas exportações para a China;, frisou.
Influências
Para 2020, o economista prevê mais aumentos de preços. ;Com a retomada da economia, o consumo tende a crescer;, disse. Nesse ambiente mais favorável, os empresários se sentem mais confiantes para atualizarem suas tabelas. Essa também é a avaliação do coordenador do curso de Ciências Econômicas do Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB), Riezo Almeida. ;No geral, os preços dos alimentos estão aumentando por conta do aquecimento da atividade, o que leva as pessoas a consumirem mais. Como a demanda é maior, os preços sobem;, afirmou.
Como dica para o consumidor, o professor sugere pesquisar para encontrar o menor preço, além de procurar substituir os alimentos por outros mais baratos. ;Tem que pesquisar e mudar os hábitos de consumir carne bovina para outras mais acessíveis;.
* Estagiário sob supervisão de Cláudia Dianni