Economia

Focus: expectativa de inflação em 2019 aumenta pela sétima vez consecutiva

Já a cotação do dólar no fim deste ano apresentou uma queda para o mercado, atingido de R$ 4,15 para R$ 4,10 e mantém-se no encerramento de 2020 a R$ 4,10

André Phelipe*
postado em 23/12/2019 19:30
Mulher observa porcentagem giganteO Relatório de Mercado Focus, do Banco Central, aumentou pela sétima vez consecutiva a expectativa de inflação para este ano de 2019. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo passou desta vez de 3,86%, que estava estimado há uma semana, para 3,98%. Especialistas avaliam, entretanto, que em 2020 poderá ocorrer uma queda para 3,60%, por conta do controle da carne, que para eles, foi o ponto que fez a projeção subir. As informações constam no site da organização, onde são consultadas diversas instituições financeiras que estimam projeções para índices de preços, atividade econômica, câmbio, taxa selic e entre outros.

Já para 2021 e 2022 consta uma variação seguida de uma alta e baixa com 3,75% e 3,50%. As projeções para 2019 e para o ano que vem seguem abaixo da meta que foi definida na semana passada na última reunião do Conselho Monetário Nacional (Copom), onde projeta pra este ano uma inflação de 4,25% e de 4% em 2020. O intervalo de tolerância para todos os cenários é de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Para o professor do Departamento de Ciências Contábeis e Autuarias da Universidade de Brasília (UnB), Bruno Ramos, o aumento da expectativa da inflação para este ano decorreu por conta da carne bovina. "Olha foi principalmente por conta do aumento da carne, teve um aumento das exportações de carne bovina e ela influencia o preço de outros produtos. Essa subida de valores ocorreu em função dessa exportação para China, e as pessoas deixaram de consumir esse tipo de alimento e recorreram ao frango, porco e ovo. Naturalmente, isso fez com que o valor desses itens subissem também", aponta.

O educador também destacou que as datas comemorativas impulsionam essas projeções."Fora isso tem o aumento no consumo que ocorre normalmente em todo de fim de ano. É um período que as pessoas consomem mais em função das festas de Natal e Ano Novo. O pagamento do décimo terceiro e a liberação do FGTS impulsionaram mais ainda os gastos. Por conta desses fatores, eles elevaram a expectativa de inflação", disse Bruno Ramos.

Perguntado sobre a baixa da inflação para 2020, o especialista frisou que "o mercado espera com que haja um comportamento do preço da carne e de um possível acordo comercial entre China e Estados Unidos. Para ele, isso pode fazer com que o Brasil perca mercado e resulte nessa diminuição.

De olho na Selic

De acordo com as instituições financeiras consultadas pelo BC, no fim de 2020, a estimativa é que a taxa básica de juros (Selic), fique também em torno de 4,5% ao ano assim como é projetado para este 2019. Mas futuramente, o mercado espera que não haja estagnação e pressuponham que esteja 6,25% em 2021, antes era esperado que ficasse na casa dos 6,13%, e 6,50% em 2022, o que se manteve. Para alcançar a meta da inflação, o Banco Central utiliza a Selic como fator principal.

O economista da BlueMetrix, Renan Silva, conta que já aguardava uma previsão de 6,25% em 2021 e de 6,50% em 2022. "Eu esperava alguma coisa próxima disso nos últimos relatórios, que refletia essa dimensão do otimismo em relação a queda. Então quando você diminui a expectativa da baixa de juros em um curto prazo, ela fica mais sensível e ela tem que tomar correção adicional", disse. "A Selic não cairá no ano que vem porque já teve uma oscilação. A economia também está melhorando, está havendo crescimento e por conta disso tem uma pressão inflacionária e com isso vem os ajustes, finaliza".

O Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, a projeção é de expansão por parte do mercado. A elevação passou de 1,12% neste ano, que estava há uma semana, para 1,16% neste ano. As instituições financeiras estimam que em 2020 fique em 2,28%, na semana anterior essa projeção era de 2,25%. Futuramente, em 2021 e 2022 não teve alteração, ficou estagnado na casa dos 2,50%.

A cotação do dólar no fim deste ano apresentou uma queda para o mercado, atingido de R$ 4,15 para R$ 4,10 e mantém-se no encerramento de 2020 a R$ 4,10.
*Estagiário sob supervisão de Ronayre Nunes

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