Antes de engatar e conseguir lucro, a empresa de programação Rubert Tecnologia perdeu muito dinheiro e converteu todo o investimento inicial em dívidas. A startup surgiu em 2015, quando o desenvolvedor de softwares Rafael Rubert, 35 anos, quis parar de trabalhar remotamente para uma empresa dos Estados Unidos e decidiu oferecer serviços semelhantes no Brasil. ;Percebi que o setor não tinha muitos concorrentes no Brasil, então decidi começar meu negócio. Fiz um plano de negócios e vi que tinha uma brecha;, conta.
Mesmo investindo aproximadamente R$ 350 mil, a empresa não ia para frente. Além das economias perdidas, Rafael fez empréstimos e chegou a ficar devendo cerca de R$ 200 mil a diversos bancos. ;Investi uma verba, mas, quando comecei, a realidade era bem diferente do que eu esperava. Nossa demanda era só o cliente do exterior, aqui ainda não havia interesse pelos produtos;, diz. ;O capital foi acabando e comecei a me endividar. Depois quebrei. A alternativa foi parar com o produto e investir em serviço;, assinala.
Em certo momento, quando Rafael já se questionava se deveria continuar, encontrou a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), iniciativa que financia um terço dos projetos de inovação com recursos não reembolsáveis. Em 2016, a startup do empresário Sfez uma proposta, foi selecionada e, após a finalização do projeto, a inovação garantiu gás à empresa, hoje lucrativa e com capital de giro suficiente para manter as portas abertas.
A startup passou a fabricar softwares de baixo custo. ;O primeiro era um produto que resolvia o problema de credenciamento em eventos, algo que demanda pessoal e pode gerar tumultos. O nosso visa ao autocredenciamento, no qual a pessoa indicava seus próprios dados e o sistema localizava o cadastro;, relata. Rafael indica aos futuros empreendedores que invistam em inovações e procurem iniciativas que unam o acadêmico ao comercial. ;O cliente nos vê com outros olhos quando se trabalha com inovação. Tanto o foco no produto quanto a recepção do mercado mudam;, conta.
Atualmente, a empresa de Rafael conta com 14 colaboradores e uma cartela de 12 clientes diretos e mais de 10 mil indiretos. ;Hoje em dia não fechamos todos os projetos que aparecem. Conseguimos ser mais seletivos. Antes de nos estabilizarmos, aceitávamos tudo e acabava sendo muito estressante;, recorda. A guinada permitiu à empresa quitar quase 90% das dívidas e a expectativa é zerá-las nos próximos anos.(CL)