As tecnologias disruptivas se popularizaram durante a recessão no Brasil. A maioria, como aplicativos de transporte e de entrega, foi a tábua de salvação para muitas pessoas que perderam seus empregos. No entanto, o mundo digital também gerou oportunidades para os empreendedores dispostos a apostar tudo numa startup.
Criada um pouco antes da popularização dos aplicativos, a plataforma online de entregas ultrarrápidas Motoboy.com nasceu em 2013 para atender a uma necessidade de mercado. Não apenas de empresários, mas de qualquer pessoa que precise de agilidade para resolver problemas do dia a dia, seja entregar um serviço, produto ou documentos. A ideia surgiu a partir de práticas adotadas em âmbito global, como entregas last mile e ultrarrápida ; em referência à última etapa do processo de logística para atender o usuário final e o tempo estimado entre a solicitação e a realização de um serviço ;, e da contratação de parceiros para realização de tarefas operacionais, tática utilizada por gigantes como a Amazon.
A startup é comandada por Jonathan Pirovano, presidente (CEO) da Motoboy.com, e seu sócio Rafael Perboni ocupa o cargo de diretor de operações (CMO). Ambos são fundadores da empresa e possuem perfil empreendedor. Pirovano conta que os dois são da área de tecnologia e, em 2013, viram a oportunidade de conseguir ampliar entregas. ;Logística no Brasil sempre foi um problema. Nos baseamos na Uber e fizemos o mesmo com o motoboy;, revela.
De 2013 para cá, a companhia cresceu 100% a cada ano. ;Para a área de tecnologia a crise é até melhor. As empresas estão preocupadas com custo, procuram soluções para reduzir gastos. Vira uma alternativa muito boa. Só sentimos a crise, porque ficou mais difícil de captar dinheiro com investidores;, destaca. A Motoboy.com nasceu em São Paulo, mas se mudou para Joinville (SC), atualmente um polo tecnológico.
Hoje, são mais de 50 mil motoboys cadastrados em 140 cidades com 120 mil clientes, aproximadamente. ;Como mercado é maior do que o de transporte de pessoas, não há saturação. Há muitos players e mesmo assim a situação é tranquila. Isso porque o mercado de e-commerce ainda está num estágio pequeno. Há muito potencial para crescer;, avalia.
Pirovano explica que a startup busca clientes de portes médio e pequeno. ;Estamos faturando R$ 500 mil por mês e crescemos quase 20% ao mês;, calcula. ;O segredo é focar em resolver os problemas dos clientes. A gente vê o que mais o afeta ele e tenta solucionar;, diz.
Aceleração
A plataforma recebeu cerca de R$ 1,5 milhão em aceleração e investimentos de organizações como Bossa Nova, Banco BMG e CNT. Disponível por meio de aplicativo de celular ou interface web, a Motoboy.com é um marketplace que conecta clientes com perfis diversos, negócios, consumidores e entregadores, com agendamento sob demanda e pagamentos por meio de cartão de crédito ou dinheiro. Tanto os novos quanto os clientes recorrentes podem utilizar um chatbot para permitir cotações e pedidos através do Facebook Messenger.
Motoboys 100% autônomos, treinados, com licença de motofrete (via prefeituras) e regularizados como Microempreendedor individual (MEIs) fazem parte da equipe. Diferente de outros serviços para entrega disponíveis no mercado, cuja cobrança é feita por um percentual, na Motoboy.com os motoqueiros são cobrados por taxa fixa, de acordo com a quantidade de locais de retirada e entrega. ;Enquanto outras empresas exploram o modelo ;trabalhar mais rápido para ganhar mais;, a Motoboy.com preza pelo respeito da categoria;, assinala Pirovano.
;Como o mercado de trabalho em Brasília é bastante enxuto e eu tinha algumas dívidas, não podia ficar desempregada. O negócio de vender roupas me ajudou a driblar a situação;
Vanessa Correia, empresária